Danilo andava inquieto de um lado para outro, a cabeça mal enfaixada, a barba por fazer crescendo desalinhada e as roupas tão amassadas quanto seu semblante. Ao telefone, sua voz oscilava entre desespero e autoridade:
— Esses projetos são a espinha dorsal da empresa, entende? Investimos literalmente todo nosso capital neles. É absolutamente crucial que sejam concluídos, ou ficaremos sem nenhum retorno financeiro. A empresa vai implodir, o fluxo de caixa vai colapsar e teremos que declarar falência. Descubra quem está por trás disso! Mais tarde vou procurar alguém capaz de resolver essa bagunça.
Ao encerrar a chamada, ele ergueu o olhar e viu Isabela.
Os olhares se encontraram e se travaram por alguns segundos através do para-brisa até que ela finalmente saiu do carro.
— Isa... — Chamou Danilo, a voz embargada de ansiedade.
— Não me chame assim. — Cortou Isabela com frieza cortante. — Não somos mais íntimos.
Cada palavra dela era um muro sendo erguido entre eles.
Danilo sentiu as mãos