Lucas
A luz da manhã atravessava a janela do quarto, derramando-se sobre o piso de madeira e criando padrões abstratos. Acordei sentindo algo diferente — como se a névoa em minha mente tivesse clareado apenas um pouco. Não eram memórias completas, mas havia imagens, sensações que eu não conseguia ignorar.
Claire já estava acordada, vestindo-se para descer. Seus movimentos eram suaves, quase cuidadosos, como se temesse quebrar algo.
— Bom dia, — murmurei, e ela se virou para mim com um sorriso gentil.
— Bom dia. Dormiu bem? — ela perguntou, amarrando o cabelo em um coque despretensioso.
Eu hesitei por um momento antes de responder. — Acho que sim. Tive alguns… flashes. Nada claro, mas algo está começando a se formar.
O sorriso dela se alargou, mas era temperado por cautela. Claire estava feliz por ouvir aquilo, mas eu sabia que ela não queria criar falsas esperanças.
— Isso é ótimo, Lucas. Talvez seja o começo.
Levantei-me, determinado a aproveitar aquela pequena faísca de progresso.
—