— Já vamos pousar em alguns minutos — ele anuncia, olhando para mim com um sorrisinho de lado. — Quase consigo me enganar contigo dormindo. Parece um anjo.
— Não se engane.
— Não me atreveria. Eu disse quase — diz sorrindo fraco, e eu solto um pigarro. Esse Valentin quase… fofo me intimida mais do que o intragável, babaca e arrogante que sempre faz questão de me irritar de propósito.
Quando o piloto anuncia o pouso, meu chefe fecha seu notebook e o guarda na case de novo. Afivela o cinto e aponta para o meu, que está solto. Eu o prendo também, meio sonolenta ainda, e ajeito meus cabelos que deixei soltos, que se bagunçaram na minha soneca.
Valentin me observa, sem disfarçar, e solto um pigarro, sem graça, porque ele está me encarando mais do que o normal. Será que está tramando algo maligno? E se es