A minha vontade era de deixar o safado descarado na chuva, mas não tive sangue-frio o suficiente para deixá-lo ali plantado na minha porta, James teve sorte que estava o maior temporal lá fora e mesmo bastante desconfiada deixei ele entrar na minha casa, após algumas trocas de farpas entre nós, James e eu jantamos juntos, conversamos um pouco sobre nós dois, e o foco dessa conversa também foi a nossa família.

O cansaço e o sono já estava me vencendo e eu organizei a dormida do James no sofá porque a chuva não passava para mandar ele ir embora, a cidade estava em alerta e eu não podia deixa-lo ir porque se acontecesse alguma coisa com ele me sentiria culpada.

Deixei James dormindo no sofá, e me tranquei no meu quarto porque não confio em homem mulherengo deitei na minha cama e fiquei pensando no que conversamos, James falou da sua infância e da sua família tão, sério, falando assim parece ser uma pessoa legal, quase acreditei no seu jeito de bom moço, mas quero ele quilômetros de mim.

No dia seguinte acordei uma hora antes de ir para o trabalho, me espreguiço, ainda estou sem acreditar que dei abrigo ao James ninguém pode saber que ele esteve aqui, abri a janela do meu quarto e desço para a cozinha preparar o meu cafe e vejo James no fogão vestido somente no roupão que eu dei a ele!

— Está fazendo o quê ainda aqui? — Pergunto e vou ver o que ele faz.

— Bom dia primeiramente, estou fazendo café para gente. — James está focado no fogão.

— Pensei que você só entendia de mulheres e dinheiro, eu só posso estar num bom dia e deixar você mexer na minha cozinha assim. — Falo e James abre um lindo sorriso.

— Tem muitas coisas que não sabe sobre mim, mas te convido a vir me conhecer. — James me convida mordendo lábios.

— Meu Deus que cantada barata, lógico que não quero conhecer o seu lado mulherengo e galanteador! O que significa isso? — pergunto ao ver uma cesta de café da manhã, sobre a mesa.

— Comprei para você, é sua! Gostou? — James me olha esperando uma resposta.

— É linda! — Falo ao ver o luxo daquela cesta de café.

— Já recebeu de alguém uma cesta igual?

— Não recebi! Agora deixa de fazer tantas perguntas eu não gosto de falar da vida pessoal já está na hora de você ir embora. — Falo exaltada.

— Calma! Meline não sabia que a sua vida pessoal é um mistério, não está mais aqui quem falou, desculpa por eu ser curioso em relação a sua vida, estou indo embora agora não precisa me expulsar — James largou o café sobre o fogão, vestiu a sua roupa e foi embora.

James saiu da minha casa de cara fechada, ele não gostou nada do que falei, me servi com o café feito por ele, tomei e esta ótimo, olho de perto a cesta que James comprou, nunca ganhei do meu ex um presente assim, nem em aniversário de namoro.

Mandei as lembranças ruins para longe e fui me arrumar para o trabalho, busquei a minha bolsa e ao chegar na sala, vejo que ele esqueceu o seu terno em cima do sofá.

— O terno vai ficar aqui, se ele quiser que venha buscar, ele vai cansar de vir atrás de mim. — Falo segurando o seu terno e acabei deixando ele no sofá mesmo.

Fui para o trabalho e como estava um pouco atrasada fui de táxi para chegar rápido. Chegando na empresa dou bom dia a todos e Natália chegou toda feliz.

— Amiga, me esqueci de te contar ontem que Alfredo me ofereceu carona.

— E foi é? Pelo brilho nos seus olhos já vi que está vendo passarinho verde. — Falo me lembrando que já fui assim.

— Foi amiga, só de pensar sinto um frio na barriga.

— Se ele quiser ficar com você, ficaria? — Pergunto e Natália responde rápido.

— Na hora Meline. Ele é tão lindo e muito educado, o meu sonho de consumo. — Natália fala boba.

— Você está apaixonada por Alfredo Natália! Vamos trabalhar que temos nossas despesas para pagar.

Concentro-me no meu trabalho, com a cabeça a, mil, trabalho e problemas que não acabam mais para resolver, só bebi água e café até chegar a hora de sair para almoçar, a minha amiga Natália vem me chamar para ir junto com ela, chegamos juntas no restaurante de sempre, sentamos em nossa mesa e Natália recebe uma mensagem no seu celular.

— Amiga você não vai acreditar! — Natália fala com o olho vidrado no celular.

— Acreditar em quê?

— Alfredo me convidou para sair, ai não acredito! Será que eu devo aceitar? — Natália me pergunta.

— Vai em frente, a apaixonada por Alfredo é você, ele parece ser um, cara legal e isso não é só porque ele é o nosso chefe, porque se não prestasse eu seria a primeira a abrir os seus olhos.

— Devia também dar uma oportunidade ao bonitão do James! — Natália fala e eu me lembro do que aconteceu ontem e hoje.

— Vamos parar por aqui, vamos almoçar, chega de está sempre querendo me empurrar para cima dele. — Mudo de assunto porque falar desse homem me deixa nervosa.

Fizemos a nossa refeição em paz e após terminar, retorno para o meu escritório e Natália me liga da sua recepção avisando que Alfredo quer me ver. Ainda bem que ele me chamou até o seu escritório preciso saber o porquê ele deu o meu endereço ao pervertido do James e ao chegar no seu escritório Natália me anuncia.

— Olá Alfredo como vai?

— Vou ótimo Meline, por favor sente-se! Meline trabalhamos numa empresa parcial e constatamos um belo desenvolvimento seu a frente da diretoria e resolvemos aumentar o seu salário como mais um incentivo para o ótimo trabalho que vem sendo realizado por você. — Alfredo fala e começo a me emocionar.

— Estou muito feliz, obrigada, muito obrigada mesmo. Fiz e faço o meu melhor aqui, mais uma vez obrigada. — Saio do escritório flutuante, com um sorriso que não sai dos meus lábios.

A felicidade é tanta que esqueci de falar sobre James ter me encontrado no meu endereço, é tanta felicidade que o episódio com James ontem se tornou insignificante, com esse aumento vou poder comprar o meu tão sonhado carro. Ainda nos corredores da empresa, fiz uma ligação para a minha mãe para contar a notícia.

— Alô mamãe!

— Filha, como está? — Mamãe pergunta animada.

— Estou ótima, mãe, liguei só para dizer que o meu salário teve um aumento. — Mamãe grita do outro lado da linha de tanta felicidade.

— Filha como estou feliz por você, Meline Deus vai te abençoar mais e mais, você merece.

— Mãe como eu esperei por esse momento, compartilha com papai essa notícia incrível que vou desligar agora, que preciso trabalhar! — Falo radiante.

Volto para o meu escritório com um sorriso de orelha a orelha depois da notícia que recebi, sentei na frente do computador e trabalhei como se não houvesse amanhã e quando me dei conta já era hora de ir para a casa, pelo horário o meu ônibus já tinha até passado, Natália apaixonada esqueceu de mim, rapidamente me levantei peguei a minha bolsa e ao sair da empresa vejo James do lado de fora do seu carro a minha espera!

— Você de novo, hoje não está chovendo qual é a despistar agora de vir atrás de mim!

— Nenhuma, vir te convidar para jantar comigo e garanto que não vou forçar nada!

— James vou para casa, hoje trabalhei igual uma louca, pelo horário você ver que não estou mentindo. — Falo cansada.

— Por favor Meline vem comigo, você escolhe o lugar eu vou para onde você quiser, mas vamos sair juntos — James segura no meu braço.

— Você não desiste, hein, pensa que eu não sei que tudo isso tem segundas intenções por trás. — Falo pensando se vou ou não.

— Vamos Meline, diga para onde vamos? — James me pergunta abrindo a porta do carro para mim.

— Como o lugar sou eu que escolho, vamos para um lugar bem afastado da cidade! — Falo entrando no seu carro e James passa as mãos no cabelos

— Isso tudo é vergonha de ser vista comigo? Meline eu nunca escondi que sou louco para ficar com você, mas eu confesso que nunca a forçaria a fazer nada. — James fala enquanto dirigi e eu fico em silêncio e resolvo falar.

— Eu só não quero ser mais uma que passa pelas suas mãos! Quando uma pessoa simples como eu, é vista com um homem como você, já somos chamadas de oportunistas e isso é uma coisa que eu não sou, muito menos a sua ficante! E, além disso, você fica com uma mulher diferente todos os dias. — Falo olhando nos seus olhos.

— Desde o dia da última foto que saiu nas fofocas, eu não saí com mais ninguém, eu dormi lá ontem. — James e sua defesa barata.

— Estou para conhecer um homem mais cara de pau do que você, só dormiu mesmo, porque não ouve nada entre nós. — Falo com vontade de rir dele.

Dei o endereço a James e alguns minutos passaram-se e chegamos no restaurante praiano que escolhi, é um ambiente praiano calmo e bem distante da cidade. Ele abre a porta do carro para mim.

— Eu nunca vim aqui, parece ser bem aconchegante! Gostei do esconderijo. — James olha tudo ao seu redor.

— Você vai gostar, pode ter certeza! — Falo tranquila e James segura no meu braço me trazendo para mais perto dele.

— Você é a única mulher que não quer ser vista comigo. — James me encara mordendo os lábios.

— E não quero mesmo! Agora venha comigo comer em um dos restaurantes mais humildes da cidade. — Dou a minha mão para James segurar e ele segura firmemente e o puxei até a mesa.

— O que quer falar com isso, acha que não sou um homem simples é isso? — James pergunta ofendido.

— Sente-se, venha! Não é você que vive me cercando, agora vai ter que provar do meu mundo, provar do que eu como, de como vivo. — James senta na mesa acompanhado comigo.

— Sim, eu aceito mergulhar no seu mundo, quero te desvendar Meline!

James fala maliciosamente com um olhar sedutor, e eu sorrir para ele pensando em quem vai vencer essa queda de braço.