JAMES
Terminei a minha noite quente nos braços de uma loira “top” para tentar esquecer o que Meline falou para mim, fiquei com o meu ego ferido sim, isso eu tenho que admitir, sempre tive tudo, eu não estou acostumado receber um não, e o não dela eu não aceito. Voltei para o meu apartamento já era madrugada e eu só consigo pensar em Meline, tem algo nela que me atrai mesmo que ela me dispense, eu quero ir atrás dela, essa mulher só pode ter feitiço, nunca fiquei com essa obsessão. Acordo-me somente porque o despertador toca e já são 9 horas da manhã e a primeira coisa que fiz foi ligar o celular e tem uma mensagem do Alfredo pedindo para eu olhar as fofocas do dia! O que diabos eu tenho a ver com fofoca, qual é a notícia dessa vez, quando abro um desses portais, vejo a minha foto com a loira de ontem. — Inferno — Falo alto ao ver essa imagem. Passo a mãos nos cabelos em tamanho desespero, eu estava tão bêbado que não me resguardei desses urubus que vivem de fotografar as pessoas. Dei um pulo da cama e fui tomar um banho rápido, estou com uma dor de cabeça terrível. Me arrumei tão rápido e fui para a empresa sem tomar café mesmo e ao chegar no meu escritório Alfredo já me esperava. — Quero que dê um jeito e retire aquela foto de todo portal de fofoca. — Peço a Alfredo. — Você ao menos lembra do nome da loira que estava ontem contigo? — Alfredo pergunta me analisando. — Não, não lembro. — Ela é a dona desse site de fofoca! Por isso sua foto está lá. — Alfredo fala calmo. — Droga, porra. — Bato na minha mesa, irritado. — Isso quer dizer. — Alfredo faz suspense. — Quer dizer o quê? Alfredo desembucha logo que eu já estou para ficar louco! — Pergunto irritado. — Entrei em contato com ela e a mesma quer dinheiro para tirar as fotos do site e de todos os outros portais que a imagem se encontra. — Vagabunda, o que tem de gostosa, tem de bandida, do que você está rindo Alfredo? — Pergunto indignado. — estou rindo de você, de quem mais seria, eu no seu lugar procuraria se manter na linha porque essa imagem de pegador vai acabar arruinando você e os seus negócios! — Alfredo me aconselha tentando parar de rir. — Só pode ser praga da Meline, ela me deu outra fora ontem e eu fiquei possesso de raiva e fui para a boate e o resto você já sabe. — Falo afrouxando o nó da gravata. — Agora está explicado! O ego ferido tem nome, Meline! — Alfredo balança a cabeça em negativa. — Ela só não me enterrou ontem, Alfredo, o que eu ouvi dela, nenhuma mulher falou para mim, Meline disse que não quer ser vista comigo e nem seu nome vinculado ao meu — Desabafo. — Sério isso James, de pegador a um homem frustrado — Alfredo continua rindo de mim. — Rir Alfredo, vai rindo bastante, o seu dia vai chegar também. — James a que ponto chegou, mulher tendo medo de ser vista com você! Depois dessa deixa eu ir trabalhar, e diga-me se vai pagar o valor que a loira pediu para tirar as fotos. — Sim, manda retirar tudo e pague o que essa vagabunda quer, o meu dinheiro ela só irá ver dessa vez! — Ordeno e a minha Vontade é de dar um murro na parede. A minha secretária bateu a porta e eu mando ela entrar, e a mesma entrou colocando sobre a minha mesa uma pilha de documentos para eu assinar e revisar, aproveitei e pedi um café bem forte a ela. Trabalhar de ressaca é a pior coisa que existe na vida, mas hoje está pior ainda porque o dia amanheceu tenso pela minha foto que está por aí, não quis nem almoçar e aproveitei o horário do almoço para dormir um pouco aqui no escritório. O período da tarde aqui na empresa foi melhor um pouco, trabalhei um pouco menos, consegue ainda participar de uma reunião em meio ao meu cansaço. Quando chegou a noite larguei tudo aqui e entrei no meu carro e saí dirigindo sem rumo e sem direção e durante o caminho decido ir até a casa da Meline, liguei imediatamente para Alfredo só ele pode me dar o endereço dela e Alfredo mesmo contra a sua vontade me enviou o endereço da Meline e diz que as benditas fotos foram retiradas do site, uma situação ao menos para eu me preocupar e no caminho para o bairro onde Meline mora, uma grande chuva começa a cair, trovões estremecem no céu e relâmpagos fortes clareiam o tempo estacionei em frente a casa com o seu número e descaradamente desço do carro nessa imensa chuva para tocar a campainha e ao apertar rapidamente Meline abre a porta parecendo que ela já estava me esperando, os seus não acredita no que ver. — O que está fazendo aqui? Ficou louco? Onde conseguiu o meu endereço? — Meline pergunta brava enquanto estou na chuva. — Vim conversar com você, ou pensa que eu desisti — Falo todo molhado e um grande trovão estremece no céu causando um enorme barulho. — Entra senão vai cair um raio na sua cabeça e eu vou ser culpada pela sua morte aqui na minha porta — Meline fala e deixa eu entrar na sua pequena casa. — Não precisa ficar com medo de mim, não vou fazer mal a você! — Falo tentando tranquilizá-la enquanto a chuva banha toda a cidade. — Nunca se sabe, não confio em você, não sei o que veio fazer na minha casa nessa imensa chuva que banha a cidade eu pensei que tinha sido clara com você! — Meline fala nervosa. Ela sobe para o seu quarto e volta com um roupão e me entrega, isso é um sinal que ela não é tão difícil quanto parece. — Meline eu não sou nenhum monstro, eu vim aqui com todo respeito do mundo, quero entender o porquê você sempre se dirigir a mim com quatro pedras na mão, deixa-me ser seu amigo, me dá um voto de confiança. — Falo e ela me olha desconfiada. — Homens como você não procura uma mulher simplesmente para ser amigo dela, acha que eu nasci ontem, acha mesmo que eu não vi a sua foto beijando aquela mulher, a foto resume o homem que você é, pervertido e sem confiança. — Meline anda de um lado para o outro. Tento me explicar para ela, que não quis me ouvir, a chuva só aumentava mais e mais com trovões e relâmpagos, ela foi para a cozinha me deixando na sala admirando o seu corpo, estou fascinado pelo corpo dessa mulher. — James, vou preparar um chocolate quente, você quer também? Estou com fome, o jantar que eu pedi não chegou — Meline fala. — Sim, aceito! — Falo observando cada passo dessa mulher. Meline após preparar o chocolate ela me serve uma xícara e sobe para o seu quarto e eu fico degustando o chocolate quentinho e eu fico observando como é aconchegante a casa dela, em seguida Meline desce devagar a escada da vestida num pijama comprido e largo, com o seu olhar desconfiado sobre mim. — Está gostando do chocolate quente? — Meline pergunta. — Está maravilhoso. — Falo e a chuva nada de ir embora. — Fique sentado aí que vou à cozinha preparar o jantar na cozinha. — Meline vira as costas para mim. — Se quiser eu posso te ajudar! — Me ofereço e Meline em silêncio me analisa. — Não, não precisa, já me ajuda ficando distante de mim. — Meline rebateu. — Meline, eu não vou te agarrar à força, não sou nenhum maníaco! Apesar de você me fazer sentir um. — Falo de longe. — Maníaco talvez não seja, mas é mulherengo e safado e isso já basta! — É disso que você tem medo de se deixar seduzir por mim? — Pergunto deixando Meline sem palavras. — Jamais, não tenho medo de ninguém, mas tem certas pessoas que devemos nos manter longe e você é um deles, agora fique quietinho aí que vou fazer um jantar para nós. Meline é a mulher mais áspera que conheci e o pior disso é que eu a quero analiso a sua boca e me vejo beijando ela e após alguns minutos vendo ela cozinhando resolvo quebrar o nosso silêncio com uma pergunta. — Já teve algum relacionamento? — pergunto louco para saber a resposta. — Sim, já tive! Vamos mudar de assunto que o jantar está pronto e aproveite porque é só hoje, não trago homens para minha casa. — Meline fala fugindo da minha pergunta e coloca sobre a mesa uma macarronada quentinha. Sinto o cheiro da sua comida que está maravilhoso, sirvo-me um pouco de macarronada e o sabor está muito delicioso, e eu tive que elogiar a sua comida e lhe dei os parabéns e Meline não fala nada. Após o nosso jantar, quis ajudá-la a lavar a louça e Meline não deixou, quanto mais tempo eu passo aqui mais a chuva não cessa e Meline senta um pouco afastada de mim e ficamos conversando sobre as nossas famílias, e descobri que Meline é do campo e veio tentar a vida aqui, falamos sobre os nossos gostos e também sobre as nossas diferenças e hoje eu vi que ela é realmente uma mulher diferente e que somos muitos diferentes, mas nada disso me tira a vontade de ficar com ela. — E essa chuva que não cessa. — Meline se levanta indo até à janela. — Já está me expulsando da sua casa? — pergunto me levantando. — Posso ser sincera? Sim, estou te expulsando. — Meline cruza os braços seriamente. — Não é bom uma mulher passar um temporal deste sozinha, te fiz companhia e é assim que você me agradece? — A questiono e Meline revira os olhos bufando. — Eu vou dormir no meu quarto, você dorme aqui hoje no sofá se quiser, tem filme para assistir, fique a vontade aqui somente por hoje, eu preciso ir dormir, tenho que acordar cedo. — Meline desconversou e subiu para o seu quarto. Em seguida, ela volta com uma coberta e dois travesseiros e me entrega, dou boa noite a ela que não me responde, pergunto o que eu fiz para essa mulher não gostar nada de mim, lógico que sou um safado segundo ela, mas ter repulsa de alguém que nunca fez mal a ela é demais. — A chuva não sei como te agradecer, você me ajudou hoje. — Falo sozinho. Deito-me no sofá e me embrulho sentindo o cheiro dela por toda a casa e acabo dormindo rápido, um sofá nunca foi tão confortável na minha vida, durmo um sono em paz, como há muito tempo não tinha dormido.