O silêncio entre eles era pesado. Vittorio sentia o corpo de Isabella estremecer contra o seu, mas sabia que não era apenas pelo cansaço. Havia algo mais. Algo que ela se recusava a dizer.
Ele recuou um pouco, mantendo as mãos nos ombros dela, forçando-a a encará-lo.
— Isabella — sua voz era baixa, mas afiada como uma lâmina. — Eu preciso que me diga a verdade.
Ela desviou o olhar. Seu peito subia e descia rápido demais, como se estivesse sendo sufocada pelas próprias lembranças.
Vittorio apertou levemente seus ombros.
— Eles te tocaram?
Isabella engoliu em seco, sentindo o chão se abrir sob seus pés. Seu instinto era mentir. Fingir que nada aconteceu, que tudo estava bem. Mas não estava. E ela sabia que ele não acreditaria em palavras vazias.
— Não foi… — sua voz falhou, e ela fechou os olhos por um momento, tentando reunir forças. — Ele tentou, mas não conseguiu.
Vittorio congelou.
Sua respiração ficou pesada. Seus olhos se estreitaram, o maxilar travou. O sangue rugia em suas veias