Após sairmos da empresa de Damian, seguimos para casa em um silêncio que dizia muito mais do que qualquer palavra seria capaz de traduzir. Havia algo pesado entre nós, não por culpa dele, mas pela verdade que, finalmente, havia se revelado diante dos meus olhos. A pendência que me corroía por dentro saber quem eram meus pais, o porquê de tudo agora ardia como uma ferida aberta, infeccionada de mágoas antigas.
Eu esperava tudo. Menos aquilo.Jamais poderia imaginar que eles seriam tão frios, tão... calculistas. Me encarar e fingir remorso. Ver nos olhos do homem que me pôs no mundo se é que posso chamá-lo de pai, um vazio assustador. Nenhum traço de afeto. Apenas interesse. Um bebê que nunca pediu para nascer, tratado como peça de um tabuleiro.A dor que carregava no peito se transformava em algo que eu mal conseguia identificar. Era raiva? Mágoa? Desprezo? Ou era tudo isso misturado?Mais do que ódio, eu sentia pena. Pena deles por serem incapazes de amar. Por terem