A porta se abre. O casal entra com passos contidos. O senhor Ferraz tenta manter a postura rígida, mas seus olhos denunciam a inquietação. A esposa, mais contida, se mantém em silêncio, observando cada movimento meu como se buscasse decifrar minhas intenções.
— Senhor Damian — começa o pai de Diana, forçando um tom cordial. — Que honra recebê-lo aqui.— Não se preocupe com formalidades — respondo, sem me levantar. — Sente-se, por favor. Os dois.Eles obedecem. O silêncio pesa por alguns segundos.— Vim apenas conversar — digo, com um meio sorriso. — Fiquei sabendo que estão em busca da filha perdida. História comovente... sumiu ainda bebê, certo?A mãe de Diana respira fundo, como se engolisse um soluço. O pai se adianta:— Sim... foi uma dor que nos marcou por toda a vida. Passamos anos em busca, mas... — ele hesita — só agora surgiram pistas reais.— Pistas? — arqueio a sobrancelha. — Curioso isso. Tantos anos sem nada... e de repente, pistas.— A t