Lina
Sabe aquela sensação sufocante, como se a escuridão te engolisse por dentro?
É assim que vivo, todos os dias, desde que fui trancada nesse quarto imundo, úmido, sem janelas, fedendo a mofo. O ar é tão denso que mal consigo respirar sem tossir. O cheiro gruda em mim, na minha pele, no meu cabelo. Não sei quantos dias se passaram. Já perdi a noção do tempo.
Diego diz que, quando eu for "uma boa menina", me leva para um quarto melhor. Na boca dele, isso significa apenas uma coisa: me entregar de corpo e alma como se fosse dele por vontade própria.
Mas isso nunca vai acontecer.
Ainda não entendo como ele está conseguindo se controlar. Antigamente, bastava um olhar atravessado para ele me forçar, me usar, me destruir. Agora... agora ele j**a esse jogo doentio. Finge paciência, mas sei que é questão de tempo até perder o controle. E, quando isso acontecer, sei que vou pagar caro por resistir.
Às vezes penso que só não me tocou à força ainda porque algo — ou alguém — está me proteg