Lina
Eu estava um caos ambulante.
Não conseguia parar de olhar para o relógio nem por um segundo. O ponteiro parecia zombar da minha ansiedade, correndo rápido demais para um destino que eu não sabia se estava pronta para enfrentar.
Hoje é o jantar com Rodrigo.
Só isso já seria o suficiente para qualquer mulher entrar em colapso. Mas para mim, que nunca tinha ido a um restaurante de verdade, muito menos com um homem como ele, era quase como cruzar o portal para outro mundo. Um mundo ao qual eu jamais pertenci.
Estava deitada, olhando para o teto, tentando encontrar coragem entre os suspiros. O lençol colado na pele pelo calor da manhã nem me incomodava tanto quanto a ideia de me sentar à mesa com ele — elegante, charmoso, experiente — enquanto eu tentava fingir que sabia o que estava fazendo.
Suspirei alto.
“Lina, você precisa se acalmar...” repeti em voz baixa, como um mantra.
Levantei devagar, como se cada músculo do meu corpo estivesse tentando me impedir de encarar o dia. C