Narrado por Luna
Duas semanas. Quatorze dias desde que Alex partiu, deixando para trás o eco de suas palavras e o fantasma de suas mãos em minha pele. As lembranças daquela noite assombraram-me cada hora, cada minuto. A confissão crua, a vulnerabilidade inesperada em seus olhos, a admissão de que eu era sua exceção — tudo isso girava em minha mente como uma melodia obsessiva e perigosa.
Mas eu me recusava a aceitá-lo. Recusava-me a aceitar esse amor cativo que ele insistia em chamar de proteção. Mesmo cercada por todas as comodidades — aulas particulares, instrutores, uma biblioteca à minha disposição —, eu ainda me sentia como um pássaro em uma gaiola dourada. Tudo era administrado por mulheres: a severa instrutora de tiro, cujo olhar carregado me seguia a cada movimento; as professoras de história, biologia e física; a gentil Amália e a sorridente Giovanna, com quem praticava meu italiano. Era uma prisão feminina, meticulosamente orquestrada por ele.
E essa era a corrente mais forte