● Aneliese Moore ●
Respiro fundo antes de tocar a campainha da residência Blake. O som metálico ecoa no silêncio da noite, e imediatamente sinto o peso da hora. Às 22h50, é improvável que alguém além do próprio senhor da casa apareça para me atender. As crianças já devem estar em seus quartos, adormecidas; os funcionários, recolhidos. O que me resta, portanto, é a figura imponente de Alexander Blake.
Toco a campainha uma segunda vez, e enquanto espero, a brisa fria típica de Seattle se infiltra pelo tecido fino do meu vestido. Um arrepio percorre meus braços, e me encolho instintivamente, amaldiçoando minha própria falta de juízo. Eu sabia que deveria ter deixado um casaco no carro quando saí mais cedo, mas confiei na pressa, e agora pago o preço — congelando nos degraus de uma mansão que parece me observar em silêncio.
A impaciência cresce. Toco a campainha uma terceira vez, e dessa vez me pego questionando se foi uma boa ideia vir buscar Sirius essa noite, talvez eu devesse ter deix