● Aneliese Moore ●
04h50 da manhã.
Por causa do fuso horário, é esse o horário em que pousamos em Paris. Do alto, os primeiros raios de sol começavam a tingir o horizonte, dissolvendo o breu da madrugada em tons dourados e rosados. A cidade lá embaixo ainda despertava, envolta num silêncio elegante, quase solene. A vista era magnífica — de tirar o fôlego.
Mas mais lindo do que minha disposição para apreciar a paisagem, foi, sem dúvida, a paciência que precisei exercitar durante as nove longas horas de voo ao lado de Alexander Blake.
O voo foi exaustivo. Todos estávamos cansados, física e mentalmente. Alexander, em sua habitual mania de controle, decidiu que a melhor forma de impedir Jade — e consequentimente a mim mesma — de fazer uma turnê improvisada por Paris, seria nos colocar imediatamente em um carro rumo a Mônaco assim que aterrissássemos.
Sim. Nove horas de avião… seguidas de mais nove de estrada.
A ideia, obviamente, foi recebida com a sutileza de uma explosão. Jade retrucou