Primero dia

Uma luz cegante me acordou, assim como um ardor em toda minha pele, sentia-me queimando, como se chamas estivessem sobre minha face. Tensa e dolorida, eu só conseguia enxergar por uma linha dos meus dos olhos.

Eu me sentei com muito custo, tirei o colete salva-vidas e depois olhei para a praia que tinha conseguido nadar. Minha têmpora latejava dolorosamente, meu rosto estava inchado no lado direito devido o ferimento e havia cortes em minha testa, braços, perna, mãos e barriga. Eu estava imóvel. Contabilizava as minhas chances. Eram poucas, mas era tudo que eu tinha.

 A minha pele estava muito quente, me avisando que a fadiga não era só  cansaço,  fome e início de desidratação, também era infecção pelos cortes e hematomas.  

Eu estava viva, repeti isso para mim algumas vezes. Prometi a mim mesma, que faria minha lista de desejos quando fosse resgatada e não viveria tão reclusa.  Iria comer e compra tudo que quisesse. Iria ter até um filho independente.

PARA! Minha mente sóbria lembrou minha mente perturbada.

AI MEU DEUS! Agora só falta achar uma bola e me tornar amiga. Não... Não... Não... Eu não mereço isso, eu fui uma moça legal, não fui? O silêncio não respondeu.

Eu sou bonitinha,  eu nem namorei, nunca tive uma pegada verdadeira. Eu merecia isso.

—  Vida, por favor, me dê uma nova chance. — Gritei.

Sabia que estava em alguma das 1200 ilha. — Mais qual? — perguntei.

Minha cabeça latejava. Toquei na testa e gemi quando meus dedos roçaram um grande calombo. Alguma coisa pegajosa cobria a lateral do meu rosto.

 — Estou sangrando? — Oh meu Deus estou falando sozinha.

Lembrei da minha mala e engatinhando pela área achei ela a uns 20 metros, de onde eu estava. Abri a mesma  rápido, verifiquei o que tinha molhado.

Uma nova esperança se formou em meu íntimo, eu teria roupas,  comida mesmo que limitada e inadequada por uma semana e 1 garrafa d’água.

Com um minúsculo espelho pude ver um corte profundo. Não está mais sangrando tanto. O medo me dominou, viajando pelo meu corpo como uma onda. — Havia tubarões? — Não sei.

O importante é  que não vi nenhum, mas fiquei preocupada. Respirei profundamente e me sentei novamente. A praia girou. Apoiando minhas mãos abertas na areia, me segurei até que o pior da tontura passasse.

Tentei levantar e não consegui, dominada pela tontura. Tentei uma segunda vez, e desta vez fiquei de pé. Eu virei 360 vendo o mar e uma mata de um lado.

A ilha era exuberante, mas não achei um hotel ou uma casa de luxo. Ainda tenho esperança de ser uma ilha particular.  Fiquei tentada a explorar, mas estava do lado da corrente e meus salvadores ia passar por aqui.  Admirei a vista,  uma manta de areia branca imaculada parecia açúcar; eu não tinha ideia do que havia acontecido com meus sapatos. A praia dava lugar a arbustos, algumas flores exóticas  e uma vegetação tropical, e depois a uma área de mata onde as árvores cresciam próximas umas às outras, as folhas formando uma cobertura.

Depois de um bom tempo percebi que já era tarde pois, o sol já estava alto no céu.

A brisa do oceano não conseguia abrandar a minha temperatura corporal, que só aumentava, e o suor gotejava pelo meu rosto. Minhas roupas estavam grudadas na pele. Troquei por algo leve, mas a sujeira era agonizante.

Me forcei entrar mais na mata, queria tentar achar água de chuva ou por um milagre uma mina. Meu estômago revirava, e pensei que talvez estivesse prestes a vomitar. O enjoo era forte, respirei fundo e a sensação foi amenizando.  Não podia perder o sentido. Principalmente dentro da mata. Sabia que tinha cobra, aranhas e mosquito, muito mosquito.

Devido o enjoo, voltei para a praia e sentei próximo aos coqueiros.

Tentei imaginar onde estava. As ilhas são agrupadas em uma corrente de vinte e seis atóis correndo do norte para o sul. Mapeei em minha mente Male, de onde sai. Estava em algum lugar no meio, eu achava.

 Lembrei do meu celular, não fazia ideia de onde estava, certeza  no oceano a minha frente, junto com meus documentos e cartões. Minha sorte que sempre deixava um na mala caso perdesse a carteira.

Devia tentar fazer uma fogueira? Não deve ser difícil,  na TV tudo parecia fácil. Eu não tinha ideia de como fazer uma fogueira. Essa seria minha primeira experiência de sobrevivência, e eram limitada.

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