Ingrid de Danielle…
Percebi tarde demais. Não tinha certeza, mas havia uma enorme chance de eu ter sido usada como bode expiatório em uma tremenda armação contra o Denner. A atitude de Vargas ontem — fingindo cautela, fazendo parecer que seguira meus conselhos e, pelas minhas costas, conspirando, marcando uma reunião na surdina — fazia meu estômago revirar. Tudo apontava para ele ser o pilantra por trás disso.
Minha vontade era chutar o balde geral, porém eu precisava agir com inteligência. Eu torcia para que Denner entendesse que, tendo-me aqui, ele tinha uma aliada — caso se comprovasse o que eu estava pensando. Mas, para ser útil, eu não podia me mostrar do lado da verdade como gostaria.
Eu tentaria ser o mais neutra possível.
Assim que entrei na sala, todo o esquema mental que havia montado desabou ao ver Vargas me tratar como um joguete.
— Senhorita Ingrid, o que faz aqui?
— Creio que essa pergunta não faz o menor sentido. Estranho seria eu não estar aqui, já que faço parte do co