O rapaz tinha traços que lembravam muito Nina.
Enzo, com a voz quase inexistente, murmurou:
— Isaac!
Isaac respondeu com calma, mas sua expressão permanecia firme:
— Mamãe e o tio Adilson se casaram aqui dentro. Pai, volte para Cidade Kuanza.
Os olhos de Enzo se encheram de dor. Ele começou a socar o vidro grosso que os separava, como se sua força pudesse quebrá-lo e alcançar Nina:
— Não, isso é impossível! Sua mãe me ama! Isaac, por favor, abra a porta! Eu preciso vê-la, preciso falar com ela!
Isaac apenas balançou a cabeça, sem se deixar abalar:
— Pai, você não pode entrar aqui. Abrir a porta de ferro foi o máximo que eu consegui fazer. Nunca imaginei que você passaria sete anos cavando sem desistir de encontrar a mamãe.
Para convencer Enzo de que o que dizia era verdade, Isaac pegou seu tablet e mostrou um vídeo. Na tela, Nina aparecia nos braços de Adilson. Em seguida, Adilson inclinava-se para beijá-la enquanto ela abaixava o olhar.
Aquela cena acertou Enzo como uma lâmina cortant