Alana:Arrastei as malas para fora da fazenda e caminhei em direção ao carro.— Tem certeza do que está fazendo? — Lisa perguntou ansiosa — Vai mesmo sair sem enfrentar os problemas?— Eu nunca deveria ter voltado, Lisa! — declarei — Exceto por você e pelo Adam, não há nada que me prenda a essa cidade.— Tudo bem, mas e quanto ao Connor? — ela questionou — Não acha que deveria ao menos se despedir dele. Dar a ele alguma explicação. Ele tem te procurado como um louco desde ontem.— Ele merece alguém melhor que eu! — declarei — E ele vai ficar melhor sem mim.— Lane...— Eu preciso ir embora desse lugar antes que eu enlouqueça, Lisa! — contei — Eu não posso mais ficar aqui.— Tudo bem! — ela concordou — Vamos indo então.Coloquei as malas no banco de trás e dei partida no carro rumo a Knoxville.Meu vôo estava marcado para às dez da manhã, eu estava retornando a New York junto com os funcionários da CG Magazine e o Collin.Após me despedir de Lisa no aeroporto, lhe entreguei a chave do
Alana: — Dois meses depois — Tirei o telefone do gancho e disquei o ramal da minha assistente.— Sarah, os relatórios semanais já estão prontos? — questionei.— Sim, senhorita Wayne! — ela respondeu — Eu ia agora mesmo entregá-los a senhorita."Senhorita Wayne", mais de dez funcionários da CG Magazine estavam presentes no momento em que Amanda revelou na frente de todos que eu era filha de Bill Margolin e não de Vincent Wayne há dois meses atrás.Provavelmente a revista inteira já sabia e falava sobre isso pelas minhas costas, uma fala na perfeita megera que os infernizava, mas, eu não me importava, ou pelo menos fingia não me importar, talvez assim fizesse parecer que eu estava acima de tudo aquilo.Que piada.Eu sabia bem que não estava. Eu estava doente por dentro.Durante todos os sessenta dias daqueles dois meses, não houve um só em que Vincent ou Martha não tentassem fazer qualquer tipo de contato comigo, mas eu me recusava a responder qualquer mensagem ou atender
Connor:Após dar uma olhada na plantação de morangos e confirmar que a Sassy estava bem, retornei a sede da fazenda.Um jeep vermelho estava estacionado bem ao lado da minha caminhonete .Malditos funcionários do banco. Será que eles não se cansavam de tentar comprar a fazenda.Aquela era a quarta vez, só naquela semana.— Patrão! — José veio correndo ao meu encontro — Tem alguém aqui para vê-lo.— Desgraçados! — bradei irritado caminhando rapidamente até a varanda — Eu já deveria ter matado um desses miseravéis.— Não é isso patrão! — José tentou me acalmar — A visita é...— O que? — parei e me virei para ele — Não me diga que eles trouxeram uma proposta melhor dessa vez?— Ouça, patrão...— Olá cowboy! — uma voz feminina mais do que familiar ecôou fazendo todo o meu corpo se enrijecer e os pêlos dos meus braços se arrepiarem.Me virei lentamente em direção a varanda e contemplei a cascata de cabelos ruivos brilhando no sol.Ela voltou.Alana: — Dezesseis horas antes —Corr
Connor:Ela sorriu para mim com aqueles olhos verdes brilhantes, agindo como se nunca tivesse ido embora, ela se aproximou mais de mim e passou as mãos em volta do meu pescoço, me puxando para um beijo.No momento em que nossos lábios se tocaram, eu travei.Eu queria afastá-la, mas meus braços estavam petrificados, e meu lábios apenas corresponderam ao beijo.De repente, foi como se algo tivesse estralado na minha cabeça, me trazendo de volta para a realidade.Dispondo de toda resistência que ainda havia me sobrado, segurei em seus ombros e a afastei de mim.— O que pensa que está fazendo? questionei.— Beijando você! — ela disse tentando se aproximar de novo.— Não! — bradei irritado a fazendo brecar — Não se aproxime de mim.— Connor?— Como você ousa vir aqui? — questionei irritado — Como ousa retornar a esse lugar e agir como se nada tivesse acontecido?— Eu sei que eu machuquei você, mas eu...— Mas? — sorri frustrado — Eu não me importo com o seu mas. Eu simplesmente não quero
Alana: Nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguia sentir sua respiração. Meu coração estava batendo em um ritmo muito forte. Naquele momento em que ele me envolvia no calor de seus braços fortes, eu podia jurar que ele iria me beijar. Mas, ao invés disso, ele soltou uma gargalhada alta e se afastou, me empurrando para longe. — Qualquer migalha? — ele rosnou em um tom frio e cruel — Que pena que isso não é do meu feitio. Isso é você quem faz, não eu. — Eu sei que está decepcionado comigo! — falei — Mas, eu vou compensar você. Eu juro. — Eu não quero ser compensado por você! — ele gritou — Quero que fique bem longe de mim. Senti meus olhos arderem enquanto ele abria a porta da caminhonete para ir embora. — Você me odeia então? — questionei. — É, eu odeio você! — ele confirmou — E me odeio mais ainda por ter gostado de você um dia. Senti meu coração doer, como se ele tivesse cravado uma espada no meu peito. Sem me dirigir um simples olhar, Connor entrou no c
Amanda:— Não desisti! — neguei — Tentei me aproximar dele de novo depois que ela se foi, mas não funcionou.— Não é tão fácil assim esquecer alguém como a Alana! — Jack comentou — Ela é como uma brisa de sol em um dia cinzento e chuvoso.— Eca, você fala dela de forma poética demais! — reclamei — O ponto é que, se antes ele não gostava de mim, agora ele não quer nem ver a minha cara.— Claro, se você não tivesse causado aquela confusão, a Alana talvez ainda estivesse aqui! — ele disse — E talvez eles tivessem se entendido mesmo.— Não se engane, querido. A Alana é fria igual a um iceberg, a única coisa que ela realmente preza é o seu trabalho em New York. — falei — Mesmo se eu não tivesse feito aquele escândalo ela teria voltado para seu trabalho perfeito e vida perfeita. O Connor só foi um passatempo divertido para ela.— Eu não sei se consigo ver a Alana dessa forma! — ele disse.Me levantei da cama, deixando o lençol cair.Os olhos dele percorreram meu corpo nú.— Esqueça a Alana
Connor:Senti meu coração falhar a batida.Se ela continuasse dizendo isso, eu ia acabar acreditando, e isso não era nada bom.— Isso é tão mentiroso! — declarei.— O que? — ela sorriu incrédula — Não é uma mentira.— Como se atreve a vir até aqui e brincar com os sentimentos de alguém apenas para o seu prazer pessoal? — questionei irritado — Como você consegue ser tão cruel e não sentir nem um pingo de remorso, Alana?— Eu não estou mentindo! — ela negou — Pode ter raiva de mim, eu sei que eu mereço, eu te deixei para trás duas vezes e sei que a única culpada sou eu, que fui uma covarde. Você pode até me odiar, mas não duvide dos meus sentimentos, porque eles são verdadeiros.Os olhos dela estavam marejados, e suas roupas estavam molhadas, se ela ficasse assim por muito tempo acabaria doente e eu não conseguiria olhar para aquilo por muito tempo sem me compadecer e acabar cuidando dela como o perfeito imbecil e capacho dela que eu era.— Vá embora, Alana! — pedi.— Não posso! — ela s
Connor:Permaneci imóvel no lugar por algum tempo, enquanto meu coração se acalmava.Só depois de voltar a respirar normalmente foi que eu fui perceber o que havia feito.Como eu fui tão tolo e seduzivél assim? Bastou ela chegar perto, me tocar, e pedir para que eu a tocasse também, para que eu caísse novamente no jogo dela.Me levantei e subi a calça, enquanto me condenava mortalmente por ser tão fraco."Connor Mackenzie, seu desgraçado desprezível, como pôde ser tão facilmente manipulado por ela?" Me questionei frustrado.— Connor? — ela me encarou confusa — O que está fazendo?— Não me diga que está se sentindo ofendida? — perguntei — Foi você quem se ofereceu para mim, me provocou e me fez perder a cabeça. O que esperava agora? Flores e chocolates?— Você era mais gentil! — ela disse abaixando a saia e se levantando — Depois de fazer amor comigo você sempre tocava minhas costas carinhosamente, me causando arrepios.Seus cabelos estavam desgrenhados e cheios de feno, mas, por mais