Capítulo 12

O silêncio voltou a pairar por um momento, confortável, quase sereno. Lara se aninhou mais, os corpos entrelaçados, as respirações lentamente entrando em sintonia.

“Posso te contar uma coisa?” ela perguntou, hesitante.

“Claro.”

“Hoje, pela primeira vez em muito tempo… eu me senti viva.”

Dante passou os dedos lentamente pelos cabelos dela, os olhos fixos no teto, como se gravasse aquelas palavras na alma.

“Então acho que já valeu a pena.”

Lara fechou os olhos, finalmente permitindo que o cansaço a levasse. Mas antes de adormecer, murmurou:

“Promete que não vai desaparecer amanhã?”

Ele apertou-a contra si, como se aquela promessa já estivesse escrita nos ossos dele.

“Não vou a lugar nenhum, pequena. Não sem você.”

E assim, com os corpos entrelaçados e o mundo lá fora suspenso por um fio invisível, Lara e Dante adormeceram.

Lara despertou lentamente, os olhos ainda pesados de sono, o corpo mergulhado numa languidez que denunciava os acontecimentos da noite anterior. Por um mo