POV: AIRYS
Flashes explodiam na minha mente. Gritos. Choros. Alguém implorando pela própria vida.
— Por favor... você já ganhou! — A voz era trêmula, desesperada. Soava como Hamissa. — Não precisa me matar...
Um sussurro invadiu minha mente, frio e cortante como uma lâmina encostada na nuca:
“Sem clemência. Mate-a.”
Minha respiração falhou.
O que estava acontecendo?
Estiquei os braços à minha frente com dificuldade. Eles estavam cobertos por um líquido espesso, escuro, quente. Sangue. Meus dedos tremiam. O cheiro de ferro queimava meu nariz. Arfei.
Aquele sangue era meu?
Eu estava de pé?
Meus sentidos estavam embaralhados, como se eu estivesse entre o real e um pesadelo. Pisquei com força, uma, duas vezes. Cada piscada era pesada, como se minhas pálpebras estivessem presas por grilhões.
Meu corpo se movia por instinto, sem que eu controlasse. Rosnados baixos vibravam ao meu redor. Sentia a presença deles, predadores por todos os lados, mas não os via claramente.
Então... senti.
Braços