POV: DAIMON
Airys soltou um leve suspiro, absorvendo cada palavra.
— Seria perigoso se ele fosse escolhido... e se tornasse o próximo Supremo. — Ela concluiu em voz baixa, encostando-se na cadeira, sem desviar os olhos dos meus. Pegou a taça de vinho, seus dedos tremendo levemente, e bebeu um gole, tentando manter o controle.
Minha respiração era pesada, o peito subindo e descendo em um ritmo controlado apenas pela força da vontade.
— O que houve? — Ela perguntou, a voz mais suave, sentindo o peso da história.
Cerrei o maxilar.
As lembranças se materializaram violentas e cruéis.
— Durante o primeiro ritual no solstício... — minha voz desceu a um tom grave e sombrio — tomei o lugar de Klaus.
Observei sua reação: olh
POV: DAIMONAirys se afastou o suficiente para erguer o rosto até o meu, os olhos dourados faiscando em provocação.— Fenrir não me parece um lobo confiável. — Declarou, desafiadora.O rugido que rasgou do fundo do meu peito preencheu o ambiente, tão intenso que fez o seu corpo se enrijecer sutilmente em alerta.Ela recuou um pouco, assustada, mas não fugiu.Corajosa.Minha pequena e insolente companheira.— Pode contestar, criatura. — Ela murmurou, sarcástica, embora a voz tivesse tremido levemente. — Seus métodos não foram exatamente... nobres.Rosnei baixinho, mas contive a fúria. Minha mão infiltrou-se em seus cabelos prateados, puxando-os com cuidado para expor melhor seu rosto, enquanto meus dedos acariciavam o couro cabeludo,
POV: AIRYS— Pequena, o pouco que sabe sobre mim já foi o suficiente para sentir medo. — A voz de Daimon cortou o silêncio com firmeza. Sua cabeça se inclinou levemente, como se estudasse cada movimento meu. Seu olhar percorria meu rosto, avaliando até os tremores discretos dos meus lábios. — Não a culpo por isso.Meus dedos se enroscaram uns nos outros por reflexo. O medo era real. Não de que ele me machucasse fisicamente, não mais, mas de tudo o que ele carregava por trás daquele olhar sombrio e intenso. Ainda assim, ergui o queixo, não queria que ele percebesse minha hesitação.— Talvez eu o tema por não conhecer sua história. — Encarei-o com firmeza, forçando minha voz a sair mais segura. — É difícil confiar no que não se entende. Você confiaria em mim se não tivesse vasculhado a minha vida?— Provavelmente não. — Ele respondeu sem hesitar, dando de ombros, mas seus olhos cintilaram. Aqueles tons terrosos mesclados ao vermelho pareciam mais vivos à luz tênue. — Mas minha história
POV: AIRYSEle abriu lentamente a palma, revelando os cortes profundos. Suspirei, tocada pela ferida, mas ainda mais pelo que ela representava. Me inclinei sobre sua mão, selando os lábios contra o machucado, e então encostei meu rosto ali, absorvendo o cheiro quente e marcante de seu sangue. Havia algo adocicado nele. Algo estranho e viciante que provocou um novo arrepio em mim.— Hunf... você é mesmo fascinante. — Ele murmurou, rouco, como se aquilo tivesse escapado sem controle.Ergui o rosto, arqueando uma sobrancelha.— Você acalma minha fera... e minha fúria. — completou ele, com sinceridade crua.— É parte do meu charme, Alfa. — Respondi com provocação, deixando a voz mais baixa, mais envolvente. Um sorriso debochado se desenhou em meus lábios.A linha da boca dele se ergueu levemente. Um meio sorriso torto, sedutor, perigoso.— E então... — murmurei, mantendo os olhos cravados nos dele, — você o venceu na batalha?— Gostaria de dizer que lembro de tudo... — A voz de Daimon sai
POV: AIRYSMas mesmo mudando o assunto, sua mão não saiu do meu rosto. Os dedos ainda tocavam minha pele com firmeza e cuidado. Como se estivesse dizendo, sem palavras, que não ia mais me perder.Me levantei em um sobressalto, assentindo com um movimento rápido. Mas antes que pudesse alcançar a porta, sua mão agarrou meu pulso com firmeza e me puxou de volta para dentro de seus braços.O impacto foi imediato. Meu corpo colidiu com o dele, e antes que eu pudesse reagir, sua mão subiu pela minha pele até a base da nuca, onde pressionou com firmeza, obrigando meu rosto a se erguer.Fui forçada a encará-lo.— Airys — sua voz saiu grave, mais rouca do que antes, carregada de algo primitivo. — Eu a marquei. E Fenrir também o fará no momento certo. — Seu tom era sombrio, denso, com aquela ameaça implícita que sempre vinha acompanhada do seu olhar feroz. — Você ainda não me marcou, mas somos companheiros. Preciso que confie em mim... para garantir a sua segurança... e trazer nossos filhos de
POV: AIRYS— Não perguntei se precisava. — Sua voz era firme, arrogante. Aquele tom de quem manda, de quem protege como bem entende, de quem não negocia.Seguimos em silêncio por mais de uma hora até encontrarmos a estrada coberta pela neblina fina. Descemos por uma trilha estreita até avistar uma pequena cidade adormecida entre as árvores, algo fora do que eu conhecia. Franzi o cenho. Nunca havia estado ali.Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, Daimon entrelaçou nossos dedos e me puxou com força.Meu corpo girou no impulso e foi pressionado com firmeza contra uma parede fria de pedra. Seu corpo colou ao meu. O peso, o calor, sua força me cercando por completo. A respiração dele bateu quente e densa contra minha boca.Fiquei sem ar.— O que está fazendo? — s
POV: AIRYSSenti um arrepio correr pelo meu braço.— Filhos... os esperados... — murmurou quase para si mesma.— Da Linha do Destino? — A cega exclamou, surpresa. Ela veio até mim com uma urgência contida, pousando uma mão suave sobre meu pulso e a outra, com extrema delicadeza, em minha barriga. Seus dedos tremiam levemente.— Trigêmeos... — sussurrou com os lábios entreabertos. — Formidáveis...Minhas pernas fraquejaram por um segundo.— Os levaram. — murmurei, sentindo a dor tomar forma no meu peito. Arfei. Um aperto fundo tomou conta do meu coração, como se o vazio ecoasse ainda mais agora que estava sendo reconhecido. — Eles os tiraram de mim.A irmã cega se aproximou mais, e suas mãos quentes tocaram meu rosto com
POV: AIRYS— O que são esses círculos no chão? — perguntei, franzindo o cenho ao observar as irmãs caminhando em volta das gravuras desenhadas com precisão. Elas murmuravam palavras antigas em uma língua completamente estranha, posicionando duas cadeiras no centro — uma de costas para a outra.Me aproximei, o corpo em alerta, sentindo uma energia diferente no ar. O tipo de energia que arrepiava a pele, que parecia vibrar sob os pés.— Alfa... esse idioma...— Sim. — Daimon respondeu sem desviar os olhos do centro do círculo, mantendo o braço ao redor do meu quadril, firme, como se quisesse me manter ancorada ali. — É dos ancestrais das bruxas. Até mesmo eu sou incapaz de compreender por completo.Ele inclinou a cabeça levemente, os olhos cintilando em atenç&atild
POV: AIRYSEngoli em seco, encarando a conexão entre nós, sentindo o calor do braço de Daimon irradiar mesmo com o contato restrito.— Achei que a marca dele já mantinha o elo. — comentei, olhando sobre o ombro para o Alfa, buscando sua reação.— Não fizemos o ritual de companheiros. — Ele disse, a voz baixa, densa, quase animalesca. Seus olhos estavam em tom terroso escurecido, as presas ligeiramente expostas ao falar. — E você ainda não me marcou, humana.A tensão entre nós ficou mais densa, mais íntima. Senti o calor subir pelas minhas bochechas.— Mas... — continuou, sem desviar os olhos dos meus, havia um cintilar ousado ali. — não tenho qualquer objeção em ficar enlaçado a você.Seu tom era carregado de p