POV: DAIMON
Ele estava calado. Fenrir. Silencioso demais. Nunca o senti assim. Mas a fome estava ali. A necessidade. As imagens de carnificina preenchiam minha mente com vívido realismo: ossos esmagados, crânios estalando entre os dedos, peles sendo arrancadas com os inimigos ainda vivos, gritos abafados por sangue. O cheiro. O calor. A textura viscosa cobrindo minha pele. Eu era a encarnação do fim deles. Implacável. Impiedoso. Dominador até o último suspiro dos que se opusessem a mim.
Foi quando senti.
Um aroma familiar adocicado. Fraco. Singelo. Mas presente. Um sopro no meio do caos. Meus sentidos se aguçaram atentos. Mantive a cabeça do inimigo pressionada contra o solo com uma das mãos, e lentamente, ergui o olhar.
Lá estava ela.
Uma silhueta. Pequena. Os cabelos platinados emolduravam seu rosto abatido. Os olhos