O tiro não vem. A dor não vem. A morte não vem. Tudo o que escuto é o barulho fortíssimo de algo atingindo o chão. Abro os olhos para encontrar meu tio caído, apagado, e Luca segurando uma estátua de mármore partida.
- Vai ficar tudo bem? VAI FICAR TUDO BEM? – Ele grita.
- Ficou... – consigo dizer, segurando a vontade de cair em um choro frenético.
- Anda, vamos sair daqui.
Mas eu não me movo. Pelo menos não na direção que Luca queria. Eu me jogo contra meu tio e vasculho seu blazer em busca da arma. No instante seguinte, estou novamente de pé. Minhas duas mãos tremulas envolvendo o objeto frio de metal, meu dedo dançando contra o gatinho. Eu nem sabia usar aquilo, mas não podia ser muito difícil, podia?
- Kara... – a voz de Luca vem em tom de alerta. – Você não é essa pessoa. Você não é como ele.
- Eu posso ser... – digo, sentindo a frieza em minhas palavras. – Ele tirou tudo de mim.
- E você vai tirar tudo dele. Só não precisa ser assim.
- Precisa sim.
- A cripta tem circuito intern