Depois que deixei a frase escapar de mim, o ambiente ficou totalmente em silêncio. Só conseguíamos ouvir o fogo crepitar, esperando que continuássemos nosso trabalho. Mordi o lábio, observando seu rosto, sua reação. Ele apenas me encarava num ar curioso.
— O que você é? — foi a sua primeira pergunta.
Fiquei pensativa. Afinal, o que eu sou?, o pensamento me ocorreu. Nunca ninguém havia me definido realmente. Me chamaram de princesa, de monstro, demônio... Eu realmente me encaixava em algum desses parâmetros? Bem, ainda não tinha descoberto.
— Não sei — confesso, soltando um suspiro. — Pelo menos não me falaram o que eu sou.