EULÁLIA
— Fica do lado de fora, pelo menos. Só por um tempo. — pedi, baixinho.
— Só até eu lembrar que está tudo bem. — Não era medo dos humanos...
Era pelo que eles tinham em mente, por sentir, por um momento, que teria meu corpo violado mais do que por olhares indiscretos e nojentos.
Ele assentiu, silencioso. E mesmo quando se afastou, eu sabia que estava ali. E, por alguma razão, isso bastava.
Dias depois...
O castelo parecia mais quieto do que de costume, mas não era um silêncio real. Era aquele silêncio julgador, aquele recordatório de que minha presença trouxe desordens, perigos e ameaças a todos que moravam no castelo — e até mesmo para a nossa espécie, pois humanos foram envolvidos no nosso mundo, e ninguém se esqueceu disso.
O julgamento e as incertezas quanto a mim, uma Luna ainda sem uma cerimônia: por minha própria escolha, mas que, para o povo, era mais um motivo de desconfiança. Estavam por toda parte: nos passos contidos dos criados, nos sussurros abafados nos corredore