74. A garota
POV: Carina
O quarto está em total silêncio, está assim desde que Nathaniel começou a sair cedo e voltar muito tarde. O som da porta se fechando não me atormenta como antes, mas a corrente sim.
Escutei e senti o metal sendo fechado em minha pele e entendi a mensagem, apesar de detestar seguir a orientação velada. Não tenho apoiadores, o conselho ganhou força demais, e seja lá o que o alfa supremo está planejando, exige paciência.
Não é a solidão em si que me incomoda, e sim o ócio. Não há livros para ler, pelo menos nenhum que eu queira, e olhar pela janela não é tão divertido sem minha harpa. Se eu pedir uma tenho certeza que Nate providenciará, mas não tenho ânimo para tocar, já não tinha antes.
Estou sendo cuidadosa, muito. Tiro a corrente sempre que fico sozinha, e a coloco de volta ao mísero som de passos. Serve para treinar meus reflexos, e pelo menos aqui posso correr pelo quarto e fazer exercícios pois recebo comida suficiente para não ficar sempre no limite.
Hoje é o di