Duas semanas.
Era estranho pensar que já tinham se passado quatorze noites desde que eu fechei a porta do quarto onde vivi por anos, deixando para trás minha mãe, minha melhor amiga… e ele.
Mas aqui estava eu, sentada no colchão fino que ocupava metade do pequeno quarto que agora chamava de lar, olhando para a parede descascada como se ela fosse me dar alguma resposta. O silêncio era o som que mais machucava. Antes, minha vida era cheia de vozes, passos pela casa, risos da Olívia, reclamações carinhosas da minha mãe… e a presença constante de Noah ecoando pelos corredores.
Agora só existia o vazio.
Respirei fundo, tentando dissipar o aperto no peito. A manhã tinha começado igual às outras: um enjoo leve ao acordar, uma tontura rápida quando levantei, e um cansaço que parecia não combinar com meus dezenove anos. Mas eu atribuí aquilo à nova rotina, ao estresse, à sobrecarga emocional.
Era impossível imaginar outra explicação.
Eu ainda não me permitia pensar nela.
Levantei devagar e me