ÚLTIMO ADEUS

ANGELIC...

Casa.

Eu devia me sentir em casa.

Mas tudo que eu sinto é um vazio no peito, como se eu estivesse fora de mim mesma. Como se até mesmo este corpo não me pertencesse. E eu queria ser qualquer pessoa entre o céu e inferno; menos eu mesma.

Eu me sento no chão. Joelhos dobrados, cabeça baixa, ombros curvados. Eu estou destruída de todas as formas que uma pessoa pode estar.

A brisa delicada, porém fria o bastante para arrepiar minha pele, leva as folhas amareladas do outono para longe. O sol não fez questão de aparecer hoje, deixando apenas o céu nublado e cinza me receber.

Eu respiro fundo. Quando o ar preenche meus pulmões, eu me sinto viva, e odeio isso. Odeio sentir que estou sob essa pele, e que tudo isso é real. Eu solto o ar, repetindo o processo diversas vezes, porque me concentrar na minha respiração, no piscar dos meus olhos, no toque das roupas em meu corpo, no batimento do meu coração, significa que não preciso pensar em outra coisa. Eu só preciso continuar existindo
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