No entanto, ouvimos as portas às minhas costas abrirem, e ambos olhamos para trás. O senador Mares caminha na nossa direção, com um sorriso cruzando o rosto inteiro.
- Angelic, querida. É sempre lindo ver você.
- Senador – me levanto quando ele me alcança e apertamos as mãos.
Mares é baixo, um pouco mais do que eu, é calvo e tem uma barriga protuberante. O tamanho de seu ego jamais caberia em seu corpo.
- Nós fizemos algo grande agora. Por que não vêm brindar? – o senador olha de mim para seu filho, logo atrás.
- Claro – Vicenzo concorda, e ouço ele se levantar.
O senador solta minha mão, mas apenas para colocar a sua na base das minhas costas e me impulsionar para frente. Eu diria que preciso me vestir mais adequadamente para a ocasião, mas a verdade é que já não me importo mais. Sinto que tudo isso irá desmoronar em pouco tempo, e meu esforço de anos para parecer exemplar será só poeira.
- Me diga, querida. Nos vemos novamente na missa amanhã? – Mares pergunta.
- Talvez eu não possa