LEBLANC...
Eu cresci no Bronx, perto de todas essas pessoas consideradas repugnantes. Sujas mesmo. Uma delas é Lenon, um senhor mais perto da morte do que da vida. De uma forma pouco comum, simpatizo mais com ele do que com qualquer outra pessoa mais jovem.
- Dez movimentos e você ganha de mim - Diz Lenon.
Eu olho para o tabuleiro entre nós, calculando os movimentos que preciso fazer pelo xeque-mate enquanto tento antecipar seus movimentos.
Sim, eu vejo isso. Mas o quão divertido seria isso? Eu pego meu peão na E2.
- Não - ele repreende.
E ele me dá o mesmo olhar que vejo desde criança, quando aprontava pelo bairro. Mas não posso resistir. Incapaz de segurar meu sorriso, eu o ignoro e mudo para E4. Ele solta um suspiro e balança a cabeça, exasperado com a falta de controle e estratégia que ele falhou em me ensinar todas aquelas longas tardes.
Eu gosto de ser meticuloso e certo quando faço algo, mas, as vezes, isso me deixa previsível. E mais perigosa do que o impulso é a previsão.
A m