O feixe dos faróis da caminhonete brilhou, perfurando a densa escuridão da estrada. Lorena, ao volante, sentiu um arrepio que lhe arrepiou a pele. Era uma noite traiçoeira na estrada, e cada sombra parecia esconder um perigo. Apesar do medo que a apertava no peito, uma cena dilacerante capturou sua atenção: uma silhueta imóvel no asfalto. Seu coração deu um salto.
Ela não podia simplesmente passar direto. Seu instinto a impulsionou a parar, embora o bom senso lhe gritasse para seguir seu caminho. A caminhonete cantou os pneus ao frear bruscamente.
— O quê...? O que é aquilo? — ela murmurou para si mesma, com a voz mal um fio. As luzes de seu veículo iluminaram a figura. Era uma mulher, caída de bruços, no meio de uma poça escura que se expandia ameaçadoramente sob ela. Sangue. Havia sangue demais.
A ideia de que aquela pessoa pudesse ser sua filha, ou qualquer alma em apuros, a atingiu com a força de uma onda. Lorena sempre tinha sido assim: uma mulher incapaz de dar as costas a quem