O silêncio se tornou denso dentro do táxi, cortando a já frágil tranquilidade de Bianca. O coração lhe retumbava no peito como um tambor frenético, cada batida amplificando o mau pressentimento que havia se ancorado em sua mente. O motorista — uma silhueta imponente atrás do espelho retrovisor — parecia uma estátua, muito concentrado em seu trabalho para notar a crescente ansiedade de sua passageira. Bianca engoliu em seco — o fôlego ficava preso em sua garganta. Ela precisava de respostas, uma explicação para esse desvio inesperado.
— O senhor poderia me dizer a razão pela qual tomou esta direção? — a voz de Bianca soou mais trêmula do que ela gostaria, quase um sussurro na vasta solidão do veículo.
O homem, sem alterar sua postura nem o rictus inexpressivo que mal se adivinhava, lançou um olhar rápido pelo espelho. Seus olhos — dois pontos escuros na penumbra — se encontraram com os dela por um instante fugaz.
— Chegaremos mais rápido, mocinha — ele respondeu com uma voz gutural, de