— Não fez nada de errado? — Tom repetiu, agora com a voz mais grave. O peso daquelas palavras a esmagava, como se o ar ao redor dela ficasse mais denso. — Emma, você não entende. Cada passo seu agora será analisado, distorcido, julgado. O mundo está de olho em você. E o pior... todos sabem que você é minha filha. O que você esperava?
As palavras do pai atingiram Emma como uma lâmina afiada. O que esperava? Nem ela sabia mais. Mas, em algum lugar lá dentro, ela sabia que o que importava para ele não era o beijo em si, mas o reflexo da sua imagem pública. Ela sentia, com uma clareza dolorosa, que seu pai sempre a vira como um reflexo dele mesmo.
Laura, que até então permanecia em silêncio, finalmente interveio, a expressão em seu rosto carregada de uma mistura de preocupação e frieza.
— Emma, você sabia que isso teria consequências. Não podemos mais esconder o que aconteceu. Precisamos controlar a narrativa, e rápido.
Aquilo foi como uma bofetada. A voz de sua mãe, normalmente suave e c