A Doce Babá Do Bilionário Arrogante
A Doce Babá Do Bilionário Arrogante
Por: LIDIANE
Capítulo 1 - Contratada!

Kyra

A chuva fina batia no vidro do carro enquanto eu observava os portões de ferro diante de mim. Tenho que agradecer por ter conseguido um emprego, ou estaria completamente sem saída. Mas também confesso que estou morrendo de medo de recomeçar rudo novamente e ser igual a última vez.

Aqueles portões. Enormes. Negros. Imponentes.

Eu conferi o endereço uma última vez. Era ali.

Blackthorne Estate. A mansão que mais parecia uma prisão de segurança máxima. Daquelas que você entra, sem saber se vai sair.

O nome parecia saído de algum romance sombrio, daqueles que eu costumava ler escondida antes da vida me arrancar até o prazer de sonhar.

Apertei os dedos ao redor da alça da minha bolsa. Não podia errar. Essa era minha chance de começar de novo, mesmo que isso nao seja confortável no começo. De apagar o que veio antes de eu quase me perder. Uma nova cidade. Um novo nome. Um novo emprego. E tudo que eu precisava fazer era… cuidar de uma criança.

Uma simples babá. Nada demais. Mas, por que isso ainda parece ser tão difícil? Recomeçar é tão difícil assim?

Isabelle já não existe mais. Apenas Kyra.

Respirei fundo e desci do carro. Um interfone eletrônico aguardava minha aproximação. Como se tivesse sido posto ali de propósito, mas eu sei que não era. Apertei o botão, e uma voz feminina respondeu com rigidez. Sem esperas. Sem boas-vindas.

— Nome?

— Kyra Lystem. Vim para a entrevista com o senhor Blackthorne. — Tentei falar sem pressa, mas a verdade era que eu estava mais nervosa do que desejava. Parecia que iria desabar ali mesmo.

Houve um silêncio. Longo demais. Então, um clique, e os portões se abriram lentamente. O jardim era meticulosamente simétrico, silencioso como um cemitério rico. A mansão era ainda mais imponente de perto — janelas altas, arquitetura antiga, portas grandes demais e um jardim perfeitamente bem cuidado. Dois cachorros presos por uma cerca, mas não latem, apenas observam. Devem ser como o dono. Calados e nervoso.

Um homem de meia-idade abriu a porta antes que eu pudesse bater. Tudo ali soava estranho.

— Acompanhe-me. — Sua postura era rígida e severa. — Senhorita Lystem.

Não houve “boa noite”. Nem sequer um olhar direto. Apenas silêncio e passos. Os meus eram mais apressados que os dele. Eu me sentia pequena, frágil. Invisível diante tudo que estava sendo exposta.

— Irei avisar ao senhor Blackthorne que a senhorita chegou. Aguarde aqui, por favor. — Assenti e fiquei ali, imóvel diante aquela porta de vidro tão fumê que não dava para ver nada lá dentro.

Mas quando entrei no escritório, tudo mudou.

Ele estava ali. Sentado atrás de uma mesa ampla de mármore negro, com um copo de whisky à mão e um olhar que cortava mais fundo que qualquer faca que já encostaram em mim. Ele parecia um aviso.

Liam Blackthorne.

Era mais jovem do que eu imaginava. Talvez 35. Talvez menos. Mas parecia ter milênios de controle armazenados sob aquela pele pálida e os olhos que não sorriam. Então, a minha sentença estava prestes a começar. E eu era péssima em me defender.

— Senhorita Kyra — ele disse, sem emoção. — Sente-se, por favor.

Não hesitei, apenas fiz o que ele mandava. Não queria errar nada ali, apenas ser contratada. Tenho contas. Atrasadas demais

Liam

Ela parecia com medo. Nervosa e sem saída.

E isso, por algum motivo, me agradava mais do que eu deveria admitir. Não o tipo de medo histérico, barulhento. Mas o medo silencioso. O respeitoso. O que fazia a espinha dela se manter ereta e o queixo quase firme, apesar dos olhos hesitarem, ela deixava tudo escapar sem nem mesmo perceber. Estava diante da visão perfeita. Ela era o que eu estava procurando, porque ainda que estivesse com medo, ela ainda permanecia ali.

Discrição. Era tudo que eu exigia. E parece que ela sabia exatamente o que falar.

— Experiência com crianças senhorita? — perguntei, sem rodeios. — Há quanto tempo?

— Sim. Com três famílias nos últimos cinco anos. Todas… particulares. Tenho experiência de 6 anos, senhor Blackthorne.

Ela hesitou no final. Ah, havia algo ali. Uma história não dita. Eu reconhecia esse tipo de silêncio. Era o mesmo que eu ouvia em mim mesmo, sempre que Julie perguntava por que a mamãe não voltava. Por todas as vezes que ela me pediu para ligar para a mãe dela e eu tive que inventar uma mentira ruim.

— Por que saiu do último emprego? — Ela buscava as palavras certas para responder, mas ali eu percebi que Kyra não estava sendo ela mesma.

— A família se mudou. Para fora do país — mentiu. — Eu não pude acompanhá-los, senhor. Então precisei ir em busca de um emprego. E cá estou eu.

Não soube mentir bem. Mas havia algo de útil nisso. Mentirosos ruins são fáceis de prever. E previsibilidade, em minha casa, era um conforto, principalmente vindo da babá da minha filha. Não quero ter qualquer pessoa aqui, é só estou fazendo essa loucura de contratar babá, até que eu termine de fechar alguns negócios.

— E por que quer trabalhar aqui?

Ela levantou o olhar. Pela primeira vez, direto nos meus olhos. Desafiadora. Por um instante.

— Porque preciso — respondeu simplesmente. — E acho que sou qualificada. Li sobre os requisitos e me enquadrei nos quais o senhor procurava. E eu sou dedicada, adoro crianças e não sou invasiva. Dá porta para fora, esqueço tudo.

Honesta. Bruta. Quase… bonita.

Não daquele jeito plastificado. Mas com a beleza de uma mulher que já caiu no chão e teve que se levantar sozinha. Era o tipo de beleza que doía de olhar, de falar e em respirar até.

— Julie tem pesadelos — informei. — Ela não dorme bem. Odeia contato físico. E não gosta de mudanças. Você saberia lidar com isso de forma parcial? Sem precisar se apavorar ou ter que pedir ajuda para lidar com ela?

Ela respirou fundo.

— Sei respeitar limites. Não forço aproximação. E posso esperar o tempo dela. Contudo, vou oferecer o meu melhor para ter uma boa relação. Eu não vou forçá-la, vou convencê-la que vale a pena.

Olhei para ela por longos segundos. A boca firme, o queixo tenso, as mãos cruzadas no colo com um controle que me chamou atenção.

Kyra não era doce. Nem submissa. Mas havia algo em sua postura que gritava rendição contida. Obediência com fúria engolida e uma maldita vontade de ser protegida.

— Última pergunta — falei, com o tom mais baixo. — Você sabe guardar segredos?

— Sei sobreviver a eles. A vida dos outros não me interessam, senhor Blackthorne.

Me inclinei um pouco à frente. O ar entre nós pareceu aquecer, mesmo na frieza do ambiente.

Ela não desviou os olhos. Abaixei o olhar para o currículo. Nem me importava com ele. Mas me dava tempo. Tempo para absorver o que ela causava apenas estando ali. Suas simples respostas que me deixavam sem mais perguntas.

— O quarto da babá é ao lado do de Julie. Para ficar mais perto, para quando ela precisar. Espero que não tenha problemas com isso.

Ela hesitou, surpresa.

— Estou contratada?

— Não gosto de perder tempo, Kyra. Se quiser o emprego, ele é seu. Com algumas regras claras.

Ela assentiu, erguendo ligeiramente o queixo.

— Pode dizer.

Levantei lentamente. Rodeei a mesa e me aproximei até estar perto o suficiente para que ela sentisse minha presença como uma ameaça não declarada. Falei baixo. Quase um sussurro. Mesmo com apenas nós dois dentro daquela sala.

— Sem perguntas sobre minha vida pessoal.

Sem trazer ninguém para dentro desta casa.

Sem invadir o espaço da minha filha... ou o meu.

Ela engoliu seco. Mas não recuou.

— Entendido, senhor. Eu não me importo com a vida de terceiros. Elas não me interessam. Quanto a trazer alguém, acredito que isso seria um surto de alguém com problemas. O que não é o meu caso.

Sorri, de leve. O suficiente para deixá-la em dúvida se aquilo era aprovação… ou um aviso. Embora ela seja sincera. Sincera até demais.

— Seja bem-vinda à casa Blackthorne. Espero que a senhorita se adpte bem aqui.

Kyra

Quando ele saiu, meu coração disparou como um tambor desgovernado. Eu tinha o emprego na casa de um homem arrogante e controlador. E daí eu penso "como será que ele lidar com a sua filha?" Mas não era só isso.

Algo naquele homem mexia comigo de um jeito que me deixava em alerta. Não apenas pela maneira como ele falava. Mas pelo que ele não dizia.

Liam Blackthorne era perigoso.

E, no fundo, uma parte perversa de mim sabia: se eu não tomasse cuidado, ele poderia não apenas invadir meus pensamentos.

Mas quebrar tudo que eu tentei reconstruir, em questão de segundos. E eu me renderia facilmente. Sem esforços.

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