Não me teste, Olívia! (III)

Até que a vi, de costas, sentada à pequena mesa, com uma vela sobre um cupcake, a fumaça saindo do pavio, certamente recém apagada. O cheiro de de vela tomando conta do ambiente.

Ela só tinha ligado uma luz e a cozinha não estava muito iluminada. Percebi que chuchu comia algo e me aproximei, sem fazer nenhum tipo de som.

Quando se virou, certamente notando minha presença, ela deu um pulo, assustada. A boca estava cheia e olhei o crème brulée à sua frente.

- A diabetes também é mentira?

- Você me assustou! – reclamou, voltando a comer.

- A casa é minha! Vou onde quero na hora que quero.

- Na prática é minha, porque vivo aqui sozinha.

- Achei que você não comia doces, “senhora diabetes”.

- Shhhh! – pediu silêncio com o dedo indicador na boca – Fale baixo porque estou escondendo de mim mesma que estou comendo este crème brullé.

- Seu corpo sabe que está comendo-o.

- Não sabe... Sei guardar segredo. – Piscou. – E não venha me interromper no meu momento sagrado! Me deixe ao menos chegar ao
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