POV OLÍVIA
Naquela noite eu tiraria a verdade de meu pai, de um jeito ou de outro. Se ele tinha alguma relação com Rowan, teria que me contar.
Apesar de tudo, gostei do convite dele. Seria como nos velhos tempos! E eu tinha saudade daquilo: nós dois. Sempre fomos muito ligados e desde que Gabe apareceu em nossas vidas, papai e eu nos afastamos completamente. Claro que foi por conta da vingança, já que Gabe me mostrou uma versão do meu pai que eu não conhecia.
E embora eu tenha tentado de todas as formas defendê-lo e acreditar que ele era uma boa pessoa, depois do teste de irmandade que fiz com Jai, veio à tona um Ernest Abertton que eu não sabia se realmente conhecia. Ainda assim eu o amava e sabia que sentimentos era uma das coisas que ser humano algum conseguia controlar.
Bati na porta e ninguém atendeu. Achei estranho porque as luzes estavam acesas. Pus mais força
- Isto não significa que o mataria. – Defendi nosso irmão perante Rita.- Mas... Mal o conhecemos. – Ela franziu a testa, preocupada – E por que ele não está aqui?- Bem... Jai não está aqui... E nem virá – Gabe olhou para os lados e falou num tom de voz baixo para não ser ouvido – Ele foi embora do país... Com Aneliese e Rarith. Não tem como ele ser culpado. Eles estão bem longe daqui.- Onde estão? – Perguntei.- Infelizmente não posso lhe contar, chuchu... Porque isto a colocaria em perigo.- Mas... Você sabe! Me diga que sabe onde eles estão... E que estão bem.- Não, eu não sei – Gabe abaixou os olhos e eu já o conhecia o suficiente para saber que estava mentindo para mim e se aquilo era para minha segurança, realmente não me contaria.- E Rowan
Jorel foi até Gabe e retirou o celular da sua mão, encarando Rose com fúria:- Ninguém lhe dará dinheiro antes que assine um documento passando a guarda de Isabelle.Todos o olhamos, confusos, porque apesar da tensão do momento, Jorel parecia ser o único que ainda tinha um pouco de sanidade.- Ele está certo – Isabelle concordou – Se você não assinar um papel, certamente pedirá mais dinheiro depois. Eu não confio em você... E pelo visto não sou a única. Pelo menos está sendo sincera e mostrando a sua cara, ao menos uma vez na vida.- Acredite, minha filha, estou fazendo isto para o seu bem.Isabelle riu, com sarcasmo:- Você não faz o bem a ninguém a não ser a si mesma. E eu que um dia tive dó de Olívia por ser filha de quem era... – riu, com amargura – Antes eu tivesse
Eles nem tinham cruzado a porta quando Rael chegou. Rose analisou-o silenciosamente e depois riu, de forma debochada:- Só espero que Isabelle não seja o par de Jorel, porque juro que o boto na cadeia. – Apontou o dedo para o Clifford mais novo.- Que moral você tem para isto? – Me enfureci – Nunca vi um ser humano tão hipócrita na vida. Acha que algum de nós algum dia aceitaria um envolvimento entre os dois? Sua mente é doentia... Tudo em você é dissimulado e desumano.- Isabelle e eu somos sócios – Jorel ainda teve a decência de se justificar – Sua filha tem 14 anos, embora você não lembre. E eu estou fazendo 23 na semana que vem. Eu jamais tocaria numa criança, sendo que posso ter qualquer mulher que quiser. Mas vindo da sua mente calculista e pretensiosa, não me impressiono.Ele soltou Isabelle, certamente afetado com a fa
- Acho que ele sabia disto, chuchu... E por isto mesmo tentou o seu perdão ante que o pior acontecesse. O engraçado nisto tudo é que agora você busca a verdade sobre o acidente. E para mim... – suspirou – Bem, para mim tanto faz. Mônica já não faz sentido, aquela vingança parece algo ridículo e tudo que eu tenho de real é você. E nada mais importa no mundo... A não ser nós. E caralho, nunca conte para ninguém que eu falei isto, porque eu me sentiria como um brinquedinho nas suas mãos.- Você pode ser muitas coisas, Gabe Clifford, menos um brinquedinho nas minhas mãos. – Garanti, deitando a cabeça no ombro dele e sentindo seus lábios tocando o topo da minha cabeça enquanto entrávamos em casa.Gabe me ajudou com o banho enquanto me contava sobre Jai e Aneliese. E apesar de ficar feliz pelos dois, temi pelo meu ir
Gabe foi algemado e nenhum de nós se moveu, totalmente incrédulos.Ele me olhou e disse com firmeza:- Eu não matei Ingrid.Saí do transe e corri em sua direção, abraçando-o:- Eu sei, Gabe. Isto é mais uma armação... De alguém que está tentando nos destruir.- Chame meus advogados – ele olhou para Rael, que imediatamente pegou o telefone.- Sabe seus direitos, não é mesmo, senhor Clifford? – Perguntou o policial que o algemou.- O suficiente para exigir que não me toque – Gabe assegurou – Estou indo por vontade própria para esclarecer que não tenho nada a ver com o que quer que seja.- Irei com você, Gabe! – procurei minha bolsa.- Não, não faça isto, chuchu!- Eu irei! – falei entredentes, para que Gabe entendesse que por mais que por mais nervosa que eu estivesse, ainda assim ficaria ao seu lado.Vi Gabe ser posto na viatura e entrei no carro onde estava o meu motorista.- Olívia, eu vou com você! – Rita gritou, mas não a esperei. Não havia tempo para esperar um segundo sequer.Abr
Quando avistei a casa, ao longe, percebi Rowan me esperando, com os braços cruzados, recostado na parede ao lado da porta principal. Conforme fui me aproximando, senti o coração acelerar e as pernas ficarem trêmulas. Lembrei do que Gabe havia feito com aquele homem quando soube que ele tinha me tocado e senti náusea. E por um minuto me arrependi, parando de andar.Sabia que era tarde demais para voltar atrás, já que certamente eu não estava lidando com um amador. Aquele homem não gostava de mim. Jamais gostou. E tentou me tocar mesmo na presença do meu marido. E era exatamente aquela parte que me assustava, mais do que qualquer outra.Eu era forte por dentro, mas meu corpo frágil demais. Para Rowan era muito fácil me segurar ou fazer qualquer coisa comigo, pois sabia que eu jamais conseguiria me defender.- Não tenha medo, Olívia! – Ele gritou, de forma debochada.Voltei a andar, tentando mostrar que não estava com medo, sendo que realmente sempre fui muito corajosa, o que nunca funci
- Você... Dormiu com a sua própria irmã? – Um nó se fez na minha garganta, como se nada mais pudesse passar por ela, nem mesmo a saliva.Ele riu, de forma debochada. Aos poucos o riso foi ficando mais forte, se tornando uma gargalhada, que me feria quase como uma facada. Do nada o sorriso se desfez em seus lábios e me olhou, as íris num tom azul intenso parecendo o mar num dia de sol... Que escondia a pior das tormentas.- Aneliese não é minha irmã!Desviei os olhos dos dele, ainda mais confusa. Era como se eu tivesse que implorar por cada frase que quisesse ouvir. E não que eu não estivesse disposta a perguntar... Eu só não sabia por onde começar.- Sou filho de Lars Clifford, pai de Gabe e Jorel.- Mas...- Lars conheceu minha mãe e eles se apaixonaram. Mas ela era pobre. A família jamais aceitaria o casamento deles. Então ele casou com a mãe de Gabe e Jorel, porque ela tinha um sobrenome e posses. Logo depois do casamento, minha mãe descobriu que estava grávida. Mas Lars Clifford s
- Eu... Duvido que você sinta qualquer coisa por Rarith! – falei, inconformada com o que aquele homem me dizia.- Quer saber o restante? Eu ainda não terminei!- Por que quer me contar tudo isto?- Não acha que sairemos daqui, não é mesmo? – me encarou, num tom debochado – Por acaso acredita que eu lhe contaria tudo isto e depois nos despediríamos e eu ficaria aqui esperando a polícia me prender? – Gargalhou.- Não sou tão ingênua assim, Rowan.- Que bom! Só assim não cria expectativas quanto ao que fará nas próximas horas, já que sabe que estará morta.Engoli em seco e falei, numa tentativa:- Pode... Fazer suas exigências.- Isto nunca foi um sequestro, Olívia. Você veio aqui por sua própria vontade, para saber a verdade. Não tenho exigências.- Então... – tentei engolir a saliva, que não desceu pela garganta – Pretende se matar?- Não deixei isto claro? Fiquei em silêncio, tentando assimilar aquela parte. Cheguei a pensar que Rowan me deixaria em seu domínio e pediria dinheiro em