DONATELLO
Antes de sair do carro, chequei o retrovisor. Nenhum rosto familiar, nenhum olhar desconfiado. A rua estava quase morta, como se até a cidade tivesse medo de respirar. O motorista do caminhão? Inconsciente, cabeça tombada no volante. Perfeito.
Caminhei até o carro do Jonatha. A frente parecia ter sido mastigada por um monstro. Lá dentro, ele — desmaiado, sangue escorrendo pela testa.
Donatello: “Tomara que morra.”
Simples assim. Sem piedade. Sem remorso. Enquanto os curiosos começavam a se acumular e os faróis dos carros invadiam o breu, eu desapareci na noite — como um fantasma com sede de sangue.
Quer saber por quê?
Porque esse desgraçado era irmão do Ravi. E Ravi mandou prender o meu. Então, é simples: se ele ferrou com meu sangue, eu destruo o dele. O nome disso? Justiça à moda do morro. Justiça de verdade.
Minha história com Ravi começou bem antes dessa merda toda. Eu era cria do Jonas. O morro estava falido, a boca sem giro, a grana curta. A ordem do Jonas foi cl