NARRADO POR RAVI
Voltei pra minha sala com a alma em combustão. A conversa com Jonatha ainda girando na minha mente como faca presa no ventilador. Cada palavra dele batia no fundo do estômago — não porque doía, mas porque carregava verdade. Só que verdade, nesse mundo, não sobrevive sozinha. Ela precisa de estratégia, de silêncio... e de sangue.
Fechei a porta com força. A madeira vibrou. Me joguei na poltrona com o peso de quem já enterrou mais do que gostaria de lembrar.
Ali, naquele escritório envidraçado no topo de um império que eu mesmo ergui — entre cifra, cimento e ameaça velada —, eu não era mais só o CEO. Eu era o executor. O arquiteto da próxima queda. O fantasma que voltou pra cobrar os juros de cada traição que engoliu calado.
Peguei o celular no bolso, disquei direto pro interfone.
— “Manda o Joaquim subir. Agora.”
Minha voz saiu firme. Sem intervalo, sem dúvida. Porque o tempo de proteger menino tinha passado. Agora era hora de forjar homem.
Dois minutos depois, ouvi a