— Julia, mais uma coisa — chamou.
— Sim?
— Esse seu amigo... não confie. — falou com seriedade. — Eu não gostei da postura dele ontem à noite. Se afaste, para o bem do seu casamento.
— Você viu ele acariciar meu rosto? — perguntou, envergonhada. — Eu fiquei tão sem graça que apenas entrei... Mas vou conversar com o Otto sobre isso.
— Não foi só isso, Julia. A forma como ele te olhava... não era normal. Foi estranho até pra mim.
— Como ele olhava? — perguntou, curiosa.
— Parecia enfeitiçado. Olhava fixamente, cheio de desejo. Era notório.
— Achamos que ele tinha mudado... eu te falei sobre ele.
— Não me diga que é o “tal” amigo do Otto?
— Ele mesmo.
— Vocês só podem estar ficando loucos! Como podem deixar uma pessoa daquela voltar ao convívio de vocês? — disse num misto de irritação e preocupação.
Julia respirou fundo, passando a mão no rosto, demonstrando arrependimento.
— Foi o Otto... ele ficou com pena dele. Tinha acabado de perder o pai... a mãe já havia morrido e...
— E acabou am