21. Entre conversas e armações
Laura despertou sobressaltada, o som insistente de seu celular preenchendo o pequeno quarto na casa de Clara. Seu coração acelerou ao ver o nome de Lucas piscando na tela, mas ela não atendeu. A lembrança do dia anterior ainda estava fresca em sua mente, e a dor era pesada demais para suportar.
Ela colocou o celular no modo silencioso e se levantou devagar. Clara, que já estava na cozinha preparando o café, olhou para a amiga com preocupação.
— Não vai atender? — Clara perguntou, entregando uma xícara de café a Laura.
Laura balançou a cabeça, suspirando.
— Não consigo, Clara. Não agora. Preciso de um tempo para pensar.
Clara assentiu, compreensiva.
— Você sabe que eu te apoio em qualquer decisão, mas tem que pensar no que é melhor para você e... para as crianças.
Ao ouvir sobre as crianças, os olhos de Laura encheram-se de lágrimas.
— Eu amo aqueles pequenos, Clara. Eles são minha força, mas... não sei se consigo voltar.
— Pense com calma. Você não precisa decidir nada agora. — Clara