Nesse dia as crianças dormiram cedo e eu não quis acordá-la para jantar.
— Elas estão exausta, mãe! Amanhã acordam mais cedo e tomam um café da manhã caprichado— eu dizia sentada de frente para a minha mãe na mesa da copa, saboreando a sopa que ela fez com tanto carinho.
Ela suspirou preocupada.
— Foram com muita sede ao pote, eu imagino! Aqui não há o conforto que tem lá com o pai. Eu sinto muito, não somos pobres, mas não dá para se comparar a vida que levam os Andradas!
Eu tomei algumas colheradas da sopa de legumes mais gostosa do mundo. Ao menos nisso minha mãe era boa.
— Eu sei o quanto é difícil para eles, mãe, mas neste momento, é necessário esse sacrifício.
— Difícil é para quem ver eles passando por isso, filha!— Dona Esther insistiu.
Eu suspirei impaciente.
— Estamos incomodando aqui, mãe? Seja sincera, a senhora também está sentindo falta da mansão, do conforto de lá?
— Não, claro que não! Eu nem vou, caso vocês forem!
— Não!?— exc