Dilan sofreu um grave acidente enquanto uma viatura socorria sua esposa em trabalho de parto. Quando acordou, Melissa tinha partido, de forma bastante suspeita, e o bebê sobreviveu. Agora Dilan, sempre muito sério, precisa de uma pessoa para cuidar de seu filho, e está sobrecarregado para resolver tudo, pois além de esposa, Melissa era sua sócia, e deixou uma bomba para ele resolver. Ele contrata Jhon Allister como seu motorista e sua filha, Alysson, como babá. E logo ele percebe que arrumou uma grande dor de cabeça! Alysson morava no Complexo residencial de baixa renda que Melissa comprou pra derrubar e construir um shopping, e dançava em uma boate para sobreviver. Essa compra, não autorizada por Dilan, mudou a vida de toda uma população, e Alysson odeia Dilan por isso. Agora, eles vão ter que aprender a lidar com o ódio palpável que existe entre os dois, enquanto equilibram a tensão sexual e a criação do pequeno bebê!
Leer másPOV de Dilan
Prólogo Eu já provei da dor de muitas formas. A dor do abandono, da traição, da perda... mas nada se compara àquele momento. Àquele dia em que o mundo desmoronou sobre mim. As sirenes cortavam o silêncio da noite enquanto eu lutava para chegar até ela. A mulher que amei com cada fibra do meu ser. Meu coração estava despedaçado antes mesmo de encontrá-la. Algo dentro de mim dizia que eu estava chegando tarde demais. E estava. Tudo aconteceu rápido demais, o caos, os gritos, o som ensurdecedor do metal se retorcendo. Eu vi sua silhueta, frágil, ensanguentada, com a vida escorrendo por entre os dedos enquanto ela me dava o maior presente que alguém poderia dar. Uma nova vida... e sua última. Desde aquele momento, algo em mim morreu junto com ela. Uma parte de mim se recusou a aceitar o que restou. O pequeno ser que dependia de mim, que precisava de cuidados, que era o único elo entre nós dois, parecia um lembrete cruel da perda. Eu não conseguia olhar para ele sem sentir que o amor da minha vida tinha sido arrancado de mim. Foi quando decidi trazer alguém para cuidar dele. Não importava quem fosse. Não importava de onde viesse. Só precisava de alguém que preenchesse o vazio que eu não podia. Mas o destino tem formas estranhas de pregar peças. A mulher que entrou em minha casa trazia consigo segredos tão pesados quanto os meus. Seus olhos, cheios de um misto de fogo e sombras, denunciavam um passado tão marcado quanto o meu. Eu não sabia quem ela era. Nem que ela tinha razões para me odiar. E certamente não imaginava que a mesma mulher que estava ali para cuidar do meu filho poderia, sem querer, me levar ao centro de uma verdade sombria que eu nunca quis encarar. Ela era um mistério envolto em rebeldia e sensualidade. Uma chama que eu não sabia se queria apagar ou deixar queimar. E enquanto ela cuidava de tudo que eu não conseguia, algo em mim começava a mudar. A endurecer. A ruir. Porque às vezes, o inimigo entra em sua casa sem que você perceba. E às vezes, ele não destrói você... apenas revela o que sempre esteve quebrado NO LIMITE DA PERDA O silêncio era ensurdecedor, interrompido apenas pelo som ritmado do monitor cardíaco. A dor latejava em minha cabeça, mas a verdadeira agonia vinha de outro lugar, um vazio profundo e sufocante que se instalava em meu peito. Eu abri os olhos lentamente, e o teto branco e impessoal do hospital me encarava de volta, tão frio quanto a notícia que eu já sabia estar por vir. Ela não estava ali. Minha sogra estava ao meu lado, suas unhas longas e coloridas batendo nervosamente na lateral do leito. Seus olhos, normalmente cheios de energia, agora estavam escurecidos pela dor. Não precisávamos de palavras. O vazio em seu olhar dizia tudo. — Ela se foi, não é? — Minha voz saiu rouca, quase um sussurro. Mary Jane apenas assentiu, apertando minha mão. Pela primeira vez, aquela mulher inquebrável parecia pequena, despedaçada. Lentamente, as lembranças da noite anterior começaram a se encaixar. O som dos pneus derrapando, o impacto, o grito sufocado de Melissa... e depois, o silêncio. Tão devastador quanto agora. — Seu filho está bem, — ela disse, sua voz firme como se fosse um lembrete de que eu ainda tinha algo pelo que lutar. Meu filho. Fechei os olhos, tentando ignorar o nó que se formava na minha garganta. Ele estava vivo. Ele precisava de mim. Mas tudo que eu sentia era um vazio incapaz de ser preenchido. A porta se abriu, e um médico entrou com uma prancheta nas mãos. Seu olhar era pesado, como se ele também carregasse o peso daquela tragédia. — Senhor Stain, sinto muito pela sua perda. — Ele fez uma pausa, como se esperasse que eu dissesse algo. Quando não o fiz, ele continuou: — Seu filho está na UTI neonatal, mas estável. Ele é forte. Vai ficar bem. Aquelas palavras deveriam trazer conforto, mas não trouxeram. Tudo que eu conseguia pensar era em como Melissa deveria estar ali, segurando nosso filho, sorrindo com aquele brilho nos olhos que só ela tinha. — Posso vê-lo? — perguntei finalmente. O médico assentiu. — Claro, mas precisamos manter as visitas curtas por enquanto. Quando entrei na UTI, o cheiro estéril do ambiente e o som das máquinas me atingiram como uma onda. Lá estava ele, tão pequeno e frágil, envolto por fios e tubos. Meu filho. Meu Cristopher. Eu deveria sentir algo. Amor, orgulho, esperança... mas tudo que sentia era um buraco negro crescendo dentro de mim. Um lembrete constante de que ele estava ali porque ela não estava. Aproximei-me, hesitante, e toquei o vidro da incubadora. Ele se mexeu levemente, como se soubesse que eu estava ali. E pela primeira vez, senti algo. Uma pontada de culpa, como se estivesse falhando com ele. — Vou cuidar de você, — murmurei, mais para mim do que para ele. — Mesmo que eu não saiba como. Os dias seguintes foram um borrão do funeral, reuniões e decisões que eu não queria tomar. Meu apartamento parecia um mausoléu, cada canto impregnado com a presença de Melissa. Eu evitava entrar no nosso quarto, temendo que a lembrança de seu perfume fosse a gota que me quebraria. Foi Mary Jane quem insistiu que eu contratasse uma babá. — Você não pode fazer isso sozinho, Bruce. Cristopher precisa de cuidados. E você... você precisa de tempo para se reconstruir. No início, resisti. Mas, em meio a discussões com John Allister, um homem experiente que eu conheci em meio a tragédia pessoal dele, que estava sendo despejado de um condomínio de classe baixa, que supostamente eu era o responsável por deixar ele e sua filha desabrigados, pensei em contratar a menina para babá. A princípio, ele relutou. Mas diante das circunstâncias, e de eu lhe dizer que vinha do mesmo lugar, ele aceitou. Eu assenti, exausto demais para discutir mais. Quando ela chegou, eu mal tive tempo de conhecê-la. Na manhã seguinte, arrumei minhas coisas e parti. Precisava de distância. Precisava fugir de tudo — do apartamento, das lembranças e, acima de tudo, de mim mesmo. Não foi até semanas depois, ao retornar, que a vi pela primeira vez. A primeira coisa que notei foi a maneira como ela me olhava, não com reverência ou respeito, mas com uma chama que parecia desafiadora. Seus olhos eram um mistério, escuros e profundos, como se escondessem segredos que eu não estava pronto para desvendar. Ela estava na cozinha, segurando Cristopher nos braços com um cuidado que parecia natural. O contraste entre sua firmeza e delicadeza era quase desconcertante. — Senhor Stain, — ela disse, com um aceno sutil de cabeça. Havia algo na sua postura, na maneira como ela falava, que me desarmava e irritava ao mesmo tempo. Eu deveria tê-la dispensado no momento em que senti aquela tensão no ar. Mas, por algum motivo, não consegui. Talvez fosse a maneira como ela segurou Cristopher, ou talvez porque, pela primeira vez em semanas, alguém olhou para mim não com pena, mas com algo diferente. Algo que fazia o vazio dentro de mim parecer menos devastador. Eu não sabia quem ela era. Nem o que ela escondia. Mas algo me dizia que, com ela, minha vida estava prestes a mudar novamente, e não necessariamente para melhor.POV de Alysson Carimbei a ficha de alta da senhora Crown com um largo sorriso no rosto. Alessa Crown é a mais antiga paciente da clínica do Novo Amanhecer. Um projeto que deu início quatro anos atrás e tem dado muito certo! Pacientes com necessidade de internação, podem ficar em uma ala da clínica, que eu equipei. A senhora Crown tem 48 anos e tem diabetes mellitus. Ela teve pé diabético e nós a internamos, contratamos um médico Clínico geral que vem ver ela e outros pacientes internados. Ele disse que se cuidássemos, conseguiríamos salvar, mas esse diagnóstico veio depois de muitas visitas ao hospital para exames de imagens. Ela vive dando entrada e recebendo alta. É uma diabética rebelde, do tipo que toma refrigerante! Um veneno para qualquer pessoa, mas para um diabético é quase uma sentença de morte! Tratamos dela até com psicólogos na clínica, como fazemos com alguns alcoólatras e viciados em drogas também. Mas meu sorriso, não é somente pela alta da minha diabética rebelde
Eu estou olhando a bagunça de presentes no meio do meu apartamento irritada. Hoje a tarde foi a festinha de aniversário de dois anos da Mel. Foi lindo e fazia muito tempo que a gente não conseguia reunir todo mundo em algum evento. Mas também, quando Soraya voltou para Londres, depois da primeira viagem que fez para a inauguração do Novo Amanhecer, ela foi expulsa da escola de dança, disseram que ela não tinha mais o que aprender. Foi inserida na Judson Dance Theater, mas também se apresentou pouco com eles e foi contratada pela Sankai Juku, do Japão, e nos deu ingressos para sua primeira apresentação, como presente de aniversário de casamento. Minha amiga se consolidou na carreira que escolheu, e estava voando, como eu sempre disse que voaria. Mas tirou férias para o aniversário da nossa pretinha. Papai e Mary Jane, são outros que quase não fazem parada em Nova York. Desde que se casaram, logo depois do nascimento da Mel, saíram em lua de Mel e nunca mais apareceram. Quase não rec
E só depois de casados que ela me disse que decidiu colocar o nome da irmã em nossa filha. Não vou negar que eu surtei:- Como assim você quer colocar na minha filha, o nome da mulher que me roubou, me traiu da forma mais vil...- Espere, Dilan. Deixa eu explicar. Mas antes, vou te fazer uma pergunta: foram vinte anos com ela, e tudo se resume a isso? Ao roubo e a traição? - Não, claro que não, mas Melissa anulou tudo de bom que ela fez...- Resposta errada, Dilan. Tem duas famílias brasileiras no complexo. Uma delas tem uma filha da minha idade, então crescemos juntas. Quando eu era adolescente, os pais dela se separaram e depois voltaram. Porquê? Porque a mãe dela traiu o pai dela. Na minha cabeça e na de Soraya, a gente não entendia porque o pai dela aceitou. Aí a Anastácia nos disse uma coisa, que eu vou dizer agora pra você e espero que você leve em seu coração: no Brasil, eles dizem que mulher não trai. Mulher se vinga. Quando eu perguntei se o pai dela traiu a mãe primeiro, el
Narrado por DilanUm ano depois Eu estou olhando minha Melissa no carrinho, enquanto Alysson está discursando. Cris está andando de um lado pro outro ao lado do carrinho da irmã e Robert está sentado ao meu lado, devorando um hot dog e também olhando admirado para minha mulher. Como sempre! Robert está sempre devorando alguma coisa, não sei como esse menino consegue ser magro, pelo amor de Deus! Acho que na outra vida ele passou fome, só pode, está querendo compensar! Eu deveria estar ao lado de Alysson no palco improvisado para o show de inauguração que ela organizou com todo o carinho, mas ela preferiu Soraya, e eu não posso nem questionar o desejo da minha mulher. Aquelas duas são como unha e carne e Soraya passou todo esse ano longe, nem viu Melissa nascer. Foi embora para a Inglaterra assim que assinou os documentos me dando o Robert em adoção.Depois que os avós de Alysson foram presos, eu entrei com os documentos de doação de patrimônio e eles não contestaram, Debby disse que
POV de AlyssonA partir do momento que eles assinaram, Debby chamou reforço policial pelo rádio, mandou Dilan me levar pra casa e Alex levar Soraya pro apartamento dela. Quando eu estava entrando no carro de Dilan, vi duas meninas entrando vestidas igual a mim e Soraya. Quando passei o cinto, Dilan começou a dirigir, me explicando: - Debby imaginou que você fosse surtar, achou melhor fazer um plano B e desacreditar a versão dos dois criminosos. Você está bem? Eu sorri, lembrando de tudo o que eu fiz. Eu estava excitada, com meu corpo cheio de adrenalina. Pensando no que Soraya disse, fui obrigada a concordar com ela: sim, eu sou uma aventureira que gosta de se colocar em perigo. Prova disso, foi eu ir me encontrar com Michael quando ele me mandou mensagem como NM. Eu sabia que tinha um alvo em minhas costas, e mesmo assim, eu preferi ir me encontrar com alguém que me mandou uma mensagem de um telefone que eu não conhecia e não chequei antes. Eu simplesmente fui, e voltando um pou
POV de AlyssonFoi uma grande confusão! Dilan entrou, jogou o terno dele sobre meu corpo e deu um soco no rosto do meu avô paterno, gritando:- Tire as mãos da minha mulher, seu velho safado! Na mesma hora em que ele me dava as mãos pra descer do palco, vi o nariz do velho sangrando, Alex esticando a mão para Soraya e Debby e três homens apontando as armas para os velhos. Depois que descemos da mesa, apareceram duas cadeiras e nós duas fomos colocadas nelas, e percebi que já tinham dois homens sentados ao lado dos meus avôs. Não entendi absolutamente nada. Porque Dilan interrompeu o plano? Porque tinha 4 homens de preto naquele lugar, sendo que Debby disse que não poderia envolver a polícia? Dilan me olhava, e eu não sabia definir a expressão do rosto dele. Carinho, cuidado, decepção? Não pude nem tentar, pois Debby, com a arma apontada na cabeça de meu avô materno disse, sem desviar o olhar dele: - Senhores, desculpem se a recepção não foi como imaginaram. Nada de noite de esbór
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