Kael não dormia mais.
Não realmente. Apenas cochilava minutos de cada vez, encostado na parede ao lado da porta dela, sempre alerta, sempre consciente.
Caso ela tentasse fugir.
Caso precisasse dele.
Caso... qualquer coisa.
O vínculo o mantinha acordado de qualquer forma. Pulsava constantemente, informando cada emoção dela através da porta de madeira que os separava.
Medo. Sempre medo.
E raiva. E tristeza. E desespero.
Mas nunca aceitação.
Nunca paz.
Kael pressionou a testa contra a pedra fria da parede, tentando ignorar a dor que crescia em seu peito. Não apenas o vínculo agora embora esse doesse também, gritando por contato, por proximidade real mas algo mais profundo.
Culpa.
Remorso tão pesado que parecia esmagar seus pulmões.
"Eu fiz isso", ele pensou pela milésima vez. "Eu a quebrei."
O décimo dia era o pior até agora.
Kael preparou o café da manhã com mãos que tremiam de exaustão e falta de sono adequado. Pão fresco ele acordara antes do amanhecer para assar. Frutas que colher