A lareira crepitava baixinho, lançando reflexos dourados que dançavam nas paredes. O fogo refletia nos olhos de Nicholas, que pareciam mais humanos do que nunca. Ele segurava minha mão como quem tenta impedir o mundo de desmoronar.
— Prometo que nada vai te acontecer — disse ele, a voz grave, quase um sussurro. — Enquanto eu respirar, você estará segura.
Por um instante, fiquei sem ar. Era como se aquelas palavras tivessem o poder de atravessar a pele e tocar a alma. Eu queria acreditar, mas parte de mim ainda tremia — o medo antigo, a insegurança que vinha de perder tudo e recomeçar tantas vezes.
— Você fala com tanta certeza... — murmurei, tentando sorrir, mas o nó na garganta não deixava.
Nicholas ergueu meu queixo e me obrigou a encará-lo. Havia uma ternura estranha naquele homem que sempre pareceu feito de aço.
— Eu falo assim porque... eu preciso acreditar. Porque você despertou em mim algo que eu achava que tinha morrido há mu