Levei Lorenzo para o armazém, cumprimentando as pessoas no processo. Durante o trajeto nenhuma palavra foi dita entre nós, apenas o silencio mutuo. Não pensei que ele me perguntaria sobre o que aconteceu, como me surpreendera o fato de o John não ter dito nada a respeito. Sua cara de choque ao saber do abuso era quase cômica. Como não se lembrasse de nada.
Isso era frustrante.
Em muitas ocasiões ele tinha chegado perto da verdade, principalmente quando fui agredida. Mas por algum motivo, Lorenzo não queria enxergar a realidade: que ele e seus amigos estúpidos me doparam e abusaram de mim. Giovanni me confidenciara o quão cego seu neto era para as coisas, mesmo com a verdade escancarada era incapaz de enxergá-la.
Eu também não estava facilitando as coisas e por muitas vezes me peguei pensando a respeito. Queria que ele lembrasse? Se eu desistisse de tudo e apenas seguisse o fluxo, ficaria satisfeita? O que eu sentia por ele? Muitos poderiam classificar como Síndrome de Estocolmo, mas i