Capítulo 34: O Sequestro
O mundo de Agnes se resumiu a quatro paredes sujas, iluminadas por uma única lâmpada fraca que pendia do teto, lançando sombras dançantes que distorciam a realidade. O ar fedia a mofo e umidade, impregnado com o cheiro rançoso da desesperança.
Ela não sabia quanto tempo havia se passado desde que César a agarrara na praia, a força bruta calando seus gritos e a escuridão engolindo sua consciência. Acordara naquele lugar, um depósito abandonado em algum canto remoto de Itapimba, amarrada a uma cadeira, com a boca amordaçada e o corpo dolorido.
César entrava no cômodo esporadicamente, sempre acompanhado por dois capangas silenciosos e intimidadores. Trazia comida insossa e água, o suficiente para mantê-la viva, mas não para confortá-la. Ele a observava com um olhar perturbador, como se estivesse analisando uma peça de arte defeituosa.
"Você ainda não mudou de ideia?", ele perguntava, a voz fria e desprovida de emoção. "Você ainda se recusa a se juntar a mim?"