O contato fixado estava marcado como "Minha Preciosa Ômega — Elena."

Toquei para abrir a conversa. Além dos emojis melosos e repugnantes, havia toneladas de mensagens privadas entre ele e Elena e… uma foto aproximada da marca temporária na parte de trás do meu pescoço.

O texto abaixo dela, cada palavra uma facada no coração:

[Eu te disse, estou apenas usando ela. Aquela marca temporária? Vou apagá-la pessoalmente depois da cerimônia. Aria vai perder tudo na frente de todas as alcateias. A partir de agora, a única que será minha Luna, que receberá minha marca permanente, é você, minha preciosa Elena.]

[Antes de você se tornar oficialmente minha Luna, vou eliminar todos os obstáculos, incluindo a filha daquela vadia. Depois disso, só te aguardam honra suprema e devoção completa de um Alfa.]

[Elena, eu te amo. Seu puro cheiro de Ômega é o lar que eu tanto desejo.]

Olhei para o ursinho de pelúcia na mesinha de cabeceira, aquele que ele me deu seis anos atrás.

Na luz fraca, os olhos de ônix do ursinho brilhavam levemente. Era a luz indicadora de uma pequena câmera de vigilância.

Então, desde o início, ele havia planejado como me remover completamente, esse "obstáculo".

E eu, como uma tola, ainda estava perdida em seu amor falso e possessivo.

Pensando que havia encontrado meu final feliz.

Abri o álbum de fotos criptografado de Connor.

Meus olhos pousaram em foto após foto dele e de Elena, sempre juntos de forma íntima.

Eles estavam juntos há anos.

As fotos documentavam cada encontro secreto, cada vez que Elena praticamente exalava seu tentador cheiro de Ômega em seus braços.

A cada lua cheia importante, ele inventava desculpas sobre estar sobrecarregado com os negócios da empresa, precisando ficar sozinho.

Na realidade, ele passava esse tempo com Elena em seu território secreto.

Cada lembrança que ele me dava, supostamente simbolizando nosso vínculo de companheirismo?

Elena também tinha uma, e as dela eram sempre mais preciosas, mais únicas.

Elena tinha o favoritismo do Alfa, algo que eu nunca tive de verdade.

A segunda conversa criptografada no celular dele era com o planejador da cerimônia da alcateia.

Essa chamada "cerimônia de marcação" — Connor vinha planejando secretamente há seis meses.

Das grandes decisões, como o local, aos pequenos detalhes, como a lista de convidados.

Ele cuidou de tudo pessoalmente.

Ele até projetou a parte em que minha identidade de "filha do traidor" seria "acidentalmente" revelada na cerimônia, para aumentar a humilhação.

Tudo apenas para destruir nosso falso vínculo de companheirismo na frente de todos.

No momento em que Connor saiu do banheiro, ainda úmido e irradiando seu quente cheiro de Alfa, desliguei rapidamente a tela do celular.

Reservei um voo internacional para três dias depois — o dia da cerimônia.

No jantar, o pai de Connor, o antigo Alfa, continuava mencionando Connor escolher uma Luna.

Connor fingia estar irritado, ignorando.

Ele havia marcado a cerimônia de marcação para três dias depois.

Minha faca raspou alto no prato, fora de controle.

O sabor da refeição era como mastigar papelão.

Depois do jantar, mamãe me chamou para o escritório, os olhos cheios de preocupação.

— Por que você de repente quer ir embora? Não disse que o cheiro de Alfa do Connor te fazia sentir segura? Já contou a ele que vai partir?

Vendo os novos fios brancos em suas têmporas, meu nariz ardeu.

— Não. Espero que consiga esconder isso dele por mim.

— Filha, depois que você se for, cuide-se. E não dê ouvidos a essas fofocas da alcateia.

Eu sabia que mamãe já havia suportado tanto, apenas para sobreviver na periferia da alcateia comigo, "a filha do traidor".

Não importava o que Connor pensasse, meu pai nunca traiu a alcateia, e minha mãe nunca interferiu no vínculo dos pais dele.

Eles não mereciam ter suas reputações destruídas.

De volta ao meu quarto, Connor já estava sem camisa, deitado preguiçosamente na cama, me esperando.

O ar estava pesado com seu cheiro agressivo e dominante.

Quando entrei, ele estendeu o braço longo, me puxando facilmente para seu abraço, seu peito quente pressionado contra minhas costas.

Seus lábios úmidos e quentes e sua língua mordiscavam meu ouvido, o lado do pescoço, sua voz baixa e rouca de desejo.

— Brava? Hm? Você sabe que nosso relacionamento não pode ser completamente público ainda. Vou cuidar das coisas da cerimônia. Pense nisso apenas como uma cobertura, um show. Não pense demais, minha pequena Beta. — Seu hálito quente acariciava a pele sensível do meu pescoço.

— Aria, não se preocupe, meus instintos de Alfa só despertam por você. Pare de ser difícil, ok? Comprei um presente, vai chegar amanhã. Você vai adorar, hm? — Sua mão começou a percorrer meu corpo.

Lutei contra o enjoo e a vergonha que se agitavam dentro de mim, forcei um sorriso submisso e assenti.

Ele parecia não perceber que havia algo errado. Murmurando satisfeito, puxou-me para mais perto e apoiou o queixo suavemente sobre a minha cabeça.

Depois de um momento, falou com um toque de hesitação, mas sua voz ainda carregava a inegável autoridade de um Alfa.

— É só que… a cerimônia de marcação da alcateia é algo importante, não pode ser apressada. Como… a pessoa mais próxima de mim, talvez você…

— Ok, eu vou. — Interrompi, suavemente.

Eu sabia o que ele queria dizer.

Melhor fingir que concordo com sua "performance" do que esperar ele me conceder algum status pouco claro.

Pelo menos assim poderia preservar um pequeno resquício de dignidade.

Ele pareceu um pouco surpreso com minha mudança de atitude, mas como conseguiu o que queria, não se preocupou em investigar o motivo.

Naquela noite, ele dormiu novamente no meu quarto, me envolvendo fortemente com seu poderoso cheiro de Alfa, como se eu fosse seu tesouro mais precioso.

E eu era como uma marionete sem alma, deixando-o fazer o que quisesse.

Cedo na manhã seguinte, antes que a maioria da alcateia acordasse, Connor saiu do meu quarto, como sempre.

Ele mal tinha saído pela porta quando eu também parti.

Fui cuidar de toda a papelada necessária para desaparecer completamente do mundo dos lobisomens e enviei um pedido para apagar permanentemente minhas marcas de cheiro.

Nunca esperava encontrar Elena ali.