Thales
A porta se abriu antes mesmo que eu chegasse, paralisei por um momento ao revê-la.
Os cabelos revoltos em um ruivo suave eram realmente instigantes, porém, o mais exuberante, eram seus olhos cristalinos. Eu me sentia desnudo sob aquele olhar intenso.
Como um homem deveria reagir a um olhar que claramente mostrava desejo?
Mas isso não era o mais importante, a questão era a minha ansiedade em apenas estar na frente dessa mulher que vi apenas uma vez.
— Oi — custei a falar depois que parei na sua frente, ignorei até mesmo o peso da mulher em meus braços
— Oi. — Sua resposta demorou.
A voz suave me fez hesitar, seus lábios rosados me chamaram a atenção novamente.
— Sua mãe. — Olhei a mulher que dormia tranquilamente em meus braços. Que situação estranha. — Ela dormiu.
— Ah, desculpe, eu… — Ela passou a mão nos cabelos volumosos ao olhar para a mãe. Isso me prendeu mais do que deveria. — Entre.
— Com licença. — Com cuidado, passei pela porta.
— Poderia trazê-la? — Ela apontou para o corredor e soltei o ar.
Acenei e acompanhei ela pelo curto corredor. Eu devia só estar cansado, não existia uma atração dessa forma. Ela tinha algo que não conseguia entender.
Entrei no pequeno quarto e coloquei a mulher na cama. Ela resmungou algo, mas não acordou.
— Eu… eu já vou indo. — Passei por ela que estava parada na porta e tive a impressão de ver seus olhos diferentes, mas foi apenas por um momento. Ela ainda me encarava… ferozmente quando virei as costas, eu queria conhecê-la melhor, mas não era o momento apropriado. Ainda assim, gostei de vê-la — A chave está no carro e não se preocupe com sua mãe, ela só bebeu alguns drinks mais fortes, ninguém mexeu com ela.
— Não quer ficar?
— Como? — Parei antes de pegar na maçaneta da porta e olhei para trás. Aquela sensação inquietante me atingiu fortemente.
Aurora me olhava com fome e desejo. Acompanhei seus passos, um após outro; não consegui me mover, apenas esperar. Naquele momento, meus pés estavam colados no chão e, ao que parecia, eu havia perdido a capacidade de falar.
Ela deu a volta em meu corpo e parou na minha frente, entre a porta e eu. Pude sentir sua respiração. Agora mais de perto, consegui ver um amarelado envolta de suas pupilas, era um belo contraste com o azul claro, havia um brilho perigoso e atraente. Ela tinha algo selvagem, cru… Como um animal à espreita.
Aqueles olhos ferozes estavam me hipnotizando, só podia ter essa explicação para meu desejo e reação.
Ela me cheirou e fechei os olhos, a ponta de seu nariz tocou minha bochecha. Senti o cheiro dos seus cabelos quando roçaram em meu nariz. Ela simplesmente desatou meu cachecol e o jogou no chão.
O que ela estava fazendo?
E por que eu estava tão ansioso pelas suas próximas ações? Eu não queria me mover, apenas esperar.
Estremeci quando puxou a gola da camisa e cheirou minha pele. Eu não conseguia sair do seu domínio para tomar uma atitude. E quando ela me olhou novamente, me perdi naqueles olhos que não tinham mais nada de azul, no entanto, fascinantes. Assim como sua boca que bastava eu abaixar um pouco que a alcançaria.
Precisava provar… eu queria tocá-la…
O estopim veio quando ela lambeu meus lábios. Enchi minha mão com seus cabelos e mergulhei em sua boca. Tão saborosa quanto parecia. Os lábios macios se abriram rapidamente me recebendo com calor.
O gemido veio quando ela bateu as costas na porta e me fez desejar mais, pressionar mais nossos corpos até não existir nenhum espaço.
O beijo voraz me deixou com mais calor, excitado. Ela parecia fora de si e eu, tinha certeza que estava. Suas mãos abriram o zíper do meu casaco e depois foi jogado no chão, assim como o gorro e, eu só pude gemer em sua boca quando ela agarrou meus cabelos.
Feroz...
Nunca fui dominado por uma mulher, sempre era eu quem ditava suas ações, sempre fui o dominador, mas aquela mulher na minha frente era diferente, tinha algo nela que eu não compreendia, mas que me atraía perigosamente.
Aquele beijo parou de repente e ela me empurrou, no momento seguinte, era eu quem estava com as costas na parede sentindo o ardor na minha pele, mas apenas a puxei novamente para outro beijo enquanto ela fazia o que queria comigo.
Ela desceu seus beijos e lambidas por meu pescoço, ouvi o barulho do tecido grosso se rasgando, mas só pude revirar os olhos com suas mordidas e chupões por minha pele.
O que era aquilo? Ela estava me consumindo, me enlouquecendo. Me apalpando, esfregando-se contra aquele ponto dolorido pelo aperto da calça.
Olhei-a de cima para suas mordidas por cima da minha roupa rasgada e seus olhos amarelos, vivos…
Predadora…
Eu queria mais, então a puxei pelos cabelos, a empurrando contra a porta mais uma vez. Suas pernas me abraçaram no meu primeiro toque em suas coxas, então me encaixei mais, amaldiçoando as roupas entre nós. E quando deslizei minhas mãos em sua pele, ela gemeu em meio ao beijo.
Selvagem…
Era um desejo febril, carnal… louco.
Nunca aconteceu dessa forma. Nunca senti tamanho desejo a ponto de não querer parar.
Lambi seu pescoço e mordisquei, a pele macia tinha um cheiro suave e seu calor parecia emanar. Cada vez que a apalpava, seus gemidos me invadiam como uma dose de desejo e loucura. Eu queria ir mais, fazer tudo até que aquele calor acabasse. Até estar exausto.
Quando a beijei novamente, subi por sua cintura até apertar suas costas, pronto para tirar aquelas roupas, deixá-la nua e abrir meu zíper, no entanto, tudo mudou. Ela mordeu meu lábio forte o suficiente para sangrar e me empurrou saindo daquele encaixe. Olhei-a confuso e perdido.
— Não!! O que está fazendo?
— O quê? — Ofeguei e de repente aquele olhar assustado me fez hesitar.
Depois disso, ela simplesmente abriu a porta e empurrou-me para fora. A porta foi batida com força na minha cara, deixando-me no frio, com a roupa rasgada e duro.