Capítulo 29
O carro preto parou na beira da estrada, próximo ao templo do fogo. Marco Souza desceu com expressão dura, os olhos sombrios e impacientes.
Deixou um dos capangas no veículo, encarregado de vigiar, e seguiu com o outro a pé, caminhando pela trilha de pedras que levava ao templo. A cada passo, o ar parecia pesar mais.
Assim que se aproximou da entrada, sentiu as vibrações dos espíritos que ali habitavam — antigos guardiões do fogo, que o amaldiçoaram desde o dia em que abandonou Amélia. Era como se o próprio chão o rejeitasse.
Mas ele ignorou.
Entrou com passos firmes, tentando manter a postura arrogante.
E então a viu.
Amélia estava ali, parada, com o rosto sério, sem um traço de recepção. Mas estava linda.
Cabelos soltos, ruivos alaranjados que brilhavam sob a luz das velas. A túnica sacerdotal realçava sua presença, e o perfume de laranjeira e amora pairava no ar como uma lembrança viva do que ele havia perdido.
Marco parou. Por um instante, o silêncio falou ma