CAPÍTULO 198. DOPADOS.
Estela bateu no rosto do esposo.
- Júlio? Querido?
Ela sorriu, maliciosa.
- Apagou mesmo.
Ela fechou a garrafa de vinho, levando-a para a cozinha. Jogou a caixa de suco no lixo e voltou ao quarto. Amarrou o roupão e pôs um boné na cabeça. Ela saiu na penumbra da casa. A porta da cozinha estava apenas encostada. O extenso jardim a sua frente era iluminado pela lua cheia. Estela enveredou pelas cercas vivas e plantas, sempre nas sombras até chegar ao local combinado com seu amante. Olhou e não viu nenhum segurança. Ela suspirou. Certamente, Velasco devia ter dispensado a vigilância, ao menos nos jardins. Ela entrou por entre os galhos e se escondeu.
- Nossa, estou pregada, querido.
- Pudera, Bianca. Foi um dia pesado, triste. Ei ainda não acredito.
Ela bocejou e pegou a garrafa de água. Deu um gole e se deitou.
- Ainda estou sob efeitos de remédios, amor? Titia Consuelo, quando ela volta?
Velasco a abraçou.
- Ela está bem, amor. Está viajando.
- Sempre viajando. Vamos dormir.
- Vamos.