POV Isadora

A casa estava silenciosa daquele jeito acolhedor que só existe quando a gente ama quem mora nela. Um silêncio vivo, quente, cheio de paz. Eu entrei pela porta ainda com o cheiro da rua grudado na roupa, e a primeira coisa que vi foi Dante no quarto da Sofia, embalando a nossa filha nos braços, murmurando alguma história inventada na hora, do jeito dele, meio poético, meio ranzinza, totalmente apaixonado.

A cena já desmontou metade do peso no meu peito.

Ele ergueu os olhos quando me viu na porta. Não disse nada, só sorriu de leve, aquele sorriso pequeno, contido, que sempre me derrete.

— Ela já está quase — ele sussurrou, dando um beijinho na testa da bebê.

Eu me aproximei devagar. Sofia cheirava a banho e loção infantil. O corpinho quente e pesado de sono. Eu encostei a mão no pezinho dela e senti o coração amolecer.

— Ela tá enorme — murmurei.

Dante riu baixinho.

— Você fala isso toda semana.

— E toda semana eu vou continuar falando.

Ele ajeitou a pequena no berço, muito